De janeiro a março deste ano, 4.053 pessoas perderam o emprego em Sergipe, sendo que somente no mês de março foram 2.700 demissões. “O mês de março de 2018 foi um dos piores na série histórica desde 2003”, assegura o economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócios Econômicos (Dieese), Luiz Moura, ao analisar os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho. Ele acrescenta, ainda, que se continuar essa tendência, a expectativa de emprego para os demais meses é muito ruim.
“Acredito que o Estado tem que olhar o que está acontecendo na indústria de transformação. Elas não são tantas, mas se fechar uma ou outra, o baque enorme. Temos problemas na Mosaic (antiga Vale) e a Fafen, o que é preocupante”, alertou Moura. De acordo com o Caged, em março ocorreram 1.699 demissões na indústria de transformação, cujos empregados tem salários mais altos isso tem impacto no consumo. Em 12 meses verificou-se um aumento de 0,47% no nível de emprego ou 1.311 postos de trabalho.
Outro setor que também contribuiu para o déficit no emprego foi a agropecuária com 782 desligamentos. “Normalmente, em março acontecem demissões de trabalhadores neste setor, pois eles foram contratados em setembro. Ocorre que além do pessoal da agricultura, houve esse número significativo na indústria”, explicou o economista do Dieese. No comércio, foram 160 desligamentos.
Ele lembra que houve muita contratação de empregos intermitentes, que é aquele em tempo parcial onde nem todos os direitos dos trabalhadores são garantidos. Em março, no Brasil, foram contratados 4 mil trabalhadores. “Nacionalmente, foram criados 556 mil postos de trabalho, mas Sergipe está em dissonância com o que ocorre no restante do país”, disse o economista.