Por Emerson Sousa e Fábio Salviano (*)
No último dia 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro revisado para o ano de 2017. A economia do país cresceu 1,3% nesse ano.
Dentre todos os estados, 18 viram seus produtos aumentarem mais do que esse percentual e outros nove menos do que essa marca. A variação do produto do primeiro grupo foi de 3,1%. Por outro lado, no segundo conjunto, o crescimento foi de -0,1%.
O campeão de crescimento foi o Mato Grosso, com um incremento de 12,1%, seguido pelo Piauí (7,7%) e Rondônia (5,4%). Em contrapartida, os três menores foram a Paraíba (-0,1%), Sergipe (-1,1%) e o Rio de Janeiro (-1,6%).
Sergipe deve esse resultado a uma retração de 11,7% na sua indústria e uma estagnação no setor de Serviços (-0,3%). Não fosse um extraordinário incremento de 31,3% na Agropecuária, o quinto maior do país, o desempenho teria sido pior.
CADA VEZ MENOR
A economia sergipana ainda continua como a 5ª menor do país – superando apenas Acre, Amapá, Roraima e Tocantins – mas ela vem perdendo espaço no contexto nacional. Em 2015, Sergipe respondia por 0,64% da economia nacional. Em 2017, decaiu para 0,62%.
Contudo, esse cenário vem de longe. Em 2002, a economia sergipana atendia por 0,69% do produto brasileiro, superando até o estado do Piauí. Naquele ano, o produto piauiense era 68,9% do sergipano. Quinze anos depois, a economia daquele estado chega a 111,4% da sergipana.
Em 2015, o produto per capita sergipano superava o de outros dez estados. Em 2016, esse quantitativo era de oito unidades. Agora, com os dados de 2017, se vê que Sergipe supera somente sete economias subnacionais. Sim, o pequeno estado vem perdendo espaço.
Em 2002, o produto per capita da terra do Cacique Serigy era 65,7% da mesma medida a nível nacional. Em 2015, essa proporção foi para 58,6%. Em 2016, foi a 56,4%. E, em 2017, foi para 56,1%.
O que todos esses números querem dizer? Apenas uma coisa: a economia sergipana está à deriva. Por conta de sua pouca autonomia em relação à economia nacional, desde o início do século, ela é mais sensível aos períodos de retração e responde mais lentamente às fases de crescimento.
Continuando dessa forma, é possível que, em alguns anos, Sergipe assuma a posição de menor produto per capita do Nordeste e de uma das três menores economias do país. De todo modo, não há muito o que fazer a não ser procurar formas de reativar o circuito produtivo local.
Emerson Sousa é economista
Fábio Salviano é sociólogo