quinta-feira, 21/11/2024

A importância da educação financeira

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David de Andrade Rocha (*)

A necessidade de aprender sobre educação financeira vem se tornando evidente na atualidade. Esse tema passou a ser destaque nos últimos anos no Brasil e no mundo, pois, falar sobre dinheiro vem deixando, aos poucos, de ser um tabu.

Essa regra não escrita de que falar de dinheiro é errado está caindo por terra nos últimos anos e é de se esperar que as iniciativas que visam ensinar as pessoas a ter uma melhor relação com seu dinheiro continuem crescendo.

Mas, vemos que em sua grande maioria os esforços estão em ensinar os adultos a entenderem suas finanças, esquecendo-se assim que o futuro financeiro do país e do estado como um todo está relacionado, na verdade, às nossas crianças e adolescentes. Será que ainda temos o tabu de não falar com nossos filhos sobre finanças?

É certo que quanto mais cedo aprendermos sobre finanças, menos erros cometeremos no que diz respeito à nossa vida financeira adulta. Quando deixamos para aprender sobre a melhor forma de nos relacionarmos com o dinheiro já na fase em que estamos ganhando dinheiro advindo de nosso trabalho, temos o problema de começarmos com vícios financeiros que nos impedem de consumir melhor e de planejar nosso futuro para melhores resultados.

A OCDE exorta os países membros a tratar bem a educação financeira infantil, pois é nela que, a longo prazo, reside a chance de termos um equilíbrio financeiro duradouro em nosso país, já que hoje no Brasil temos 62 milhões de inadimplentes e apenas 8% da população brasileira poupa e investe dinheiro para o futuro. A conta não fecha, e se os níveis de endividamento continuarem subindo sem que a poupança também aumente, podemos chegar a um momento crítico no país onde, na melhor das hipóteses, a inflação subiria descontroladamente.

Em 2005 a OCDE enviou um texto de boas práticas para a educação financeira infantil, pedindo aos países membros e convidados a prestarem muita atenção nisso, mas até agora as tentativas de uma melhor alfabetização financeira foram feitas de forma isolada por alguns educadores preocupados com o futuro do país nesses moldes, mas o Estado ainda não tomou nenhuma atitude realmente relevante.

Algumas fontes garantem que a partir de 2020 será obrigatório o ensino de educação financeira no ensino médio em todo o Brasil, o que será um grande passo caso venha a acontecer, mas nada ainda de concreto foi dito sobre alfabetizar a primeira infância em relação às finanças. No dia em que esse passo for dado de maneira eficaz, o Brasil estará entrando em uma era de mudanças que não poderá ser parada. Torçamos para que essa mudança comece em breve.

Mas, até lá, pais e educadores, falem de dinheiro com as crianças, ensinem o que é o dinheiro e como usá-lo de maneira eficiente, incentivem jogos que possam trazer esse tipo de educação, como seria o caso do Banco Imobiliário e tantos outros que fazem com que as crianças brincando aprendam que o dinheiro não é nenhum tabu proibido para elas.

Para terminar,  deixo o link da carta da OCDE.

(*) David Rocha escreve semanalmente, às terças-feiras. Ele é assessor de investimentos e educador financeiro, que vive o mercado diariamente, desde 2011, e autor do livro Tesouro Direto – Um Caminho para a liberdade financeira de 2016.

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