Aracaju recebe na próxima quinta-feira (6/2) o lançamento do livro “Irmã Dulce, a Santa dos Pobres” (editora Planeta), a biografia da primeira mulher brasileira declarada santa pela Igreja Católica. A obra é resultado de oito anos de pesquisa do jornalista Graciliano Rocha, que consultou documentos pelo Brasil, Estados Unidos, Itália e Vaticano e esteve presente nas principais listas de best-sellers do país em novembro e dezembro.
O livro retrata a trajetória Irmã Dulce do nascimento em 1914, descreve como ela conseguiu ser considerada santa ainda em vida por causa da dedicação que tinha pelos pobres e oferece detalhes dos dois milagres atribuídos a ela que resultaram na canonização. A revista Veja considerou o livro “a mais completa biografia sobre a freira baiana.”
A obra mostra como Irmã Dulce se transformou em uma das figuras mais influentes do catolicismo brasileiro e reconstitui encontros da freira com Madre Teresa de Calcutá e com o papa João Paulo II.
E, no que diz respeito a Sergipe, traz informações inéditas sobre o tempo que a jovem baiana Maria Rita Lopes Pontes chegou a São Cristóvão em 1933 com o objetivo de se tornar uma freira. Com base em pesquisa de documentos espalhados em arquivos e em entrevistas com pessoas que viveram em Sergipe na época, o livro trata detalhes da vida dura que a jovem levava no convento e como foi a escolha do nome religioso com o qual a freira se tornaria conhecida no Brasil e no mundo.
A obra também ilumina o perfil político de Irmã Dulce ao examinar a relação da religiosa com o poderoso Antonio Carlos Magalhães e praticamente todos os presidentes da República desde Eurico Gaspar Dutra (1946-1950). De João Figueiredo (1979-1985), último presidente do regime militar, arrancou risadas e dinheiro para ampliar sua obra. Nenhum político foi tão próximo dela quanto o presidente José Sarney. Ela era uma das poucas pessoas que tinha o número de telefone que ficava na mesa do presidente no Palácio do Planalto.
Entre os mais de 100 entrevistados estão familiares da freira e importantes representantes dos meios católico, político e empresarial, como o escritor Paulo Coelho, o ex-presidente Sarney, o banqueiro Angelo Calmon Sá e o empreiteiro Norberto Odebrecht (1920-2014), este último amigo próximo da freira por mais de 50 anos.