O governador Belivaldo Chagas disse que “não vai recuar nenhum milímetro com relação ao que estamos fazendo até o presente momento” no combate ao coronavírus no Estado. Essa afirmação foi feita durante vídeoconferência com os outros 26 governadores do país. No final, eles redigiram um documento intitulado “Carta dos Governadores do Nordeste” e garantiram que vão continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência segundo orientação de profissionais da saúde capacitados para lidar com a realidade atual.
A reunião aconteceu um dia depois que o presidente Jair Bolsonaro minimizou a pandemia pela televisão, chamando-a de “gripezinha” e disse que todos tinham que trabalhar. Hoje, Bolsonaro é ignorado pelos governadores e está cada vez mais isolado.
Durante a videoconferência, Belivaldo assegurou que vai continuar com as medidas restritivas até então adotadas no Estado. Essa semana, antes do pronunciamento de Bolsonaro, ele baixou um decreto ampliando até o dia 17 o fechamento do comércio, das escolas e dos órgãos públicos estaduais, com exceção daqueles considerados essenciais. O governador disse que “segue a orientação do Ministério da Saúde e dos médicos, da área sanitária, infectologistas, etc. Não vamos recuar nenhum milímetro com relação ao que estamos fazendo até o presente momento”.
Os governadores trataram ainda sobre o fortalecimento de políticas públicas para as famílias mais vulneráveis, além de ações práticas de apoio à economia. Belivaldo defendeu a necessidade da união de todos, inclusive Governo Federal.
“Quero destacar a necessidade de união cada vez mais de nós, governadores do Brasil, para que juntos possamos enfrentar este momento de crise e destacar também a necessidade, mais do que nunca, do Congresso Nacional para que as nossas pautas apresentadas, por diversas vezes, avancem, como, por exemplo, o Plano Mansueto e o projeto que cuida da securitização. E, também, a questão relacionada a suspensão dos pagamentos das nossas dívidas”, ressaltou o governador.
Carta
Na carta, os governadores se comprometem em manter as medidas preventivas, gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região. “É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária é a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo a responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união e de esquecer as diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise”, reforça a Carta dos Governadores.
No documento, eles entendem que cabe ao Governo Federal, ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos. “Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas”, diz.
Ao mesmo tempo, os governadores solicitam a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres. “Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil”, conclui a Carta.
Assinaram a Carta os seguintes governadores:
Belivaldo Chagas – Governador de Sergipe
Rui Costa – Governador da Bahia
Renan Filho – Governador de Alagoas
Camilo Santana – Governador do Ceará
Flávio Dino – Governador do Maranhão
João Azevedo – Governador da Paraíba
Paulo Câmara – Governador de Pernambuco
Wellington Dias – Governador do Piauí
Fátima Bezerra – Governadora do Rio Grande do Norte