A quarentena imposta pelo coronavírus, ao mesmo tempo em que priva as pessoas de muitas coisas, faz florescer nelas, tal como a primavera, os melhores sentimentos, como a solidariedade. Comovido pela situação dos ex-colegas do Hospital Amparo de Maria, em Estância, o técnico em segurança da Petrobras, Antônio Sérgio Silva Seixas, doou máscaras para os profissionais de saúde. Longe dali, em Feira de Santana (BA), a professora Valdelita de Carvalho Azevedo está confeccionando máscaras e doando a quem precisa.
Sérgio fez a doação de 50 máscaras do tipo PFF-2 que protege dos vapores orgânicos e 42 óculos de segurança, na última sexta-feira. “Foi uma doação particular. Eu trabalho com segurança industrial, sou ex-funcionário do hospital e meus colegas estavam sem EPI (equipamento de proteção individual), e isso me sensibilizou. Como profissional da área decidi tentar ajudar de alguma forma”, contou.
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Mas Sérgio também atua em outras frentes, quando o foco é solidariedade. Ele e outras 20 pessoas, lideradas pelo professor do Instituto Federal de Sergipe, Albérico Lincoln Santana, participam do grupo “Quem tem fome tem pressa”, e estão empenhados, neste momento, a ajudar o Same, entidade que cuida de idosos em Aracaju, localizada no bairro Industrial. “Na próxima quinta-feira compraremos mantimentos e material de limpeza e iremos fazer a entrega”, afirmou. No ano passado, ele foi com a família entregar 1.200 cestas básicas no sertão sergipano, numa atividade do grupo “Quem tem fome tem pressa”.
Na Bahia
Em Feira de Santana, onde as pessoas estão de quarentena e até sábado à noite tinha 21 casos confirmados de Covid-19, a professora Valdelita de Carvalho Azevedo, que sempre gostou de fazer arte em tecidos, inclusive complementava sua renda vendendo o que produzia, se concentra em fazer máscaras. “Eu sempre tive vontade de fazer algo para doar. Uma vez pensei em fazer uns vestidos, modelos simples e práticos para dar às crianças carentes, mas com o corre-corre da vida diária, não foi possível. Agora, em casa, decidi fazer as máscaras”, disse.
Ela contou que começou fazendo para o filho, para a neta e para as colegas. Uma delas tem um parente médico que viu a máscara e se interessou. Ela recebeu a proposta do médico para fazer 1 mil máscaras, mas mesmo que aceitasse a proposta, não teria onde comprar material, já que o comércio está fechado, para fazer uma produção dessa, que para ela é muito grande. Depois pensou: “poxa, por que não fazer e doar para as pessoas que de fato precisam? “. Foi aí que ela decidiu doar para os idosos do Dispensário de Santana, que fica próximo a sua casa, no bairro Jardim Acácia. E, assim, continua a produção usando os tecidos que já tinha.
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