- Antônio Carlos Garcia e Kaio Lôbo(*)
Dos 216 servidores do Hospital Regional José Franco Sobrinho (Zé Franco), em Nossa Senhora do Socorro, 107 testaram positivo para a covid-19, 92 foram negativos e 17 ainda aguardam os resultados dos exames que estão sendo feitos no Lacen (Laboratório Central). Dos 107 positivos, 80 estão curados e já retornaram ao trabalho, enquanto 23 estão em casa cumprindo o isolamento domiciliar de 14 dias.
A informações são da superintendente do Hospital Zé Franco, Iza Prado, ao explicar que estes servidores atuam em todas as áreas da unidade. Na ausência destes profissionais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), através de contratos emergenciais, recebeu contratados para suprir a escala. Ao mesmo tempo, a superintende disse que suspendeu alguns serviços temporariamente, a exemplo da pediatria e cirurgias de mão, que foram para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).
Apesar de não ser referência de internação, o Zé Franco é porta aberta, por isso atende a todos que chegam. Diante da pandemia da covid-19, o hospital tem uma média de oito pessoas internadas, suspeitas da infecção, aguardando resultado do exame para serem encaminhadas para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ou enfermaria, em outro hospital, a depender do caso. “Hoje em Socorro, temos um hospital de campanha e isso nos ajudou muito”, afirmou Iza Prado.
Segundo o Boletim Epidemiológico da SES, divulgado na noite de ontem, 11, Socorro tem hoje 851 pessoas infectadas e 32 mortos, atrás apenas de Aracaju, com 6.322 casos e 128 óbitos.
Acompanhamento
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa), Augusto Couto, disse que está fazendo o acompanhamento dos profissionais de saúde, inclusive da situação do Hospital Zé Franco, mas ainda não tem o número exato dos infectados em todo o Estado. Couto defende que todos os profissionais que atuam em hospitais tenham acesso aos equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados para se protegerem da covid-19.
Couto disse que já pediu a relação dos servidores da saúde com a covid-19 à SES, mas ainda não recebeu. Ele quer, também, uma audiência com a secretária Mércia Feitosa, para reivindicar mais proteção para os servidores, mas até o momento essa audiência, ainda que virtual, não foi marcada.
Ele defende ainda, que os profissionais de saúde fiquem hospedados em um hotel, como já ocorre em outros Estados, para que eles protejam a si e aos seus familiares. “Se eu não cuidar dos profissionais que estão na linha de frente, vou perder para a covid-19”, disse.
Couto quer discutir, também, o aumento para 40% na insalubridade, atualmente de 20%. E ainda conceder o auxílio alimentação de R$ 600 para os servidores da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), como já ocorre na Fundação Parreiras Horta e Funesa.
A SES informou, por meio da assessoria de imprensa, que ainda não tem os números dos profissionais de saúde infectado pela covid-19, mas este levantamento deverá ser concluído na semana que vem. Quanto à audiência que Augusto Couto deseja com a secretária Mércia Feitosa, a assessoria disse ao Só Sergipe que vai encaminhar a solicitação.
(*) Estagiário sob a coordenação do jornalista Antônio Carlos Garcia