Vivemos hoje em um país de endividados e se não fizermos nada para mudar essa situação em nível social o futuro não será muito promissor. O que podemos fazer para quebrar esse ciclo vicioso?
Em breve sabemos bem que teremos aulas de educação financeira para o ensino fundamental e o que parece ser uma notícia muito boa pode, na verdade, não ser tão boa assim. Isso porque temos que pensar primeiro em quem serão os professores que darão essas aulas.
Muitos podem pensar que educação financeira tem a ver com matemática e logo essas aulas seriam dadas por esses professores. Mas a educação financeira vai muito além das planilhas com números e noções de juros. Ela tem, na verdade, uma concepção mais filosófica e psicológica que mostra que as finanças estão ligadas às escolhas e os números são apenas ferramentas para serem bem usados.
Aprender para aplicar
Logo, a matemática financeira será importante para ensinar as futuras gerações sobre finanças, mas também terá de ser trabalhada uma situação emocional e psicológica para trazer à tona o verdadeiro poder da educação financeira, que é o de permitir ao indivíduo e ao coletivo a possibilidade de fazer escolhas de consumo melhores e mais sustentáveis para as finanças e o meio ambiente.
É importante professores treinados e capacitados para tratar desses assuntos, com uma visão prática, pois somente a teoria pode não ser o mais útil. E por falar em prática, há uma que pode corroborar para a criação de crianças que saibam lidar melhor com o dinheiro.
Essa pratica é o exemplo dos pais. Isso mesmo, como as crianças inicialmente tendem a imitar tudo que os pais fazem, se eles virem que seus pais tratam o dinheiro com sabedoria isso será uma prática por imitação deles.
A você pai e mãe que hoje se preocupam com o futuro financeiro de seu filho, busquem aprender educação financeira para aplicar em sua vida e inclua seus filhos nesses assuntos, pois com isso sendo somado às aulas que eles receberão na escola, quando estiverem adultos serão muito bons ao lidar com o dinheiro.
Exemplo de inclusão:
Se seu filho já tem a partir de 5 anos, pode ser chamado a planejar o pagamento de algumas contas da casa. Os pais mostram contas (de valor pequeno, até R$ 50,00) e pede para ele separar esse dinheiro (que estará em cima da mesa) em um envelope destinado a pagar essa conta. Com isso, aproveita para explicar a importância de separar o dinheiro para pagar a conta que é um compromisso firmado. Para firmar, lembre de dar uma moeda para que ele guarde ou compre algo que deseja (sem ninguém reclamar). Isso mandará para o psicológico dele a mensagem que é divertido lidar com as contas e planejá-las.
Esse exercício pode parecer bobo, mas lembre que é para uma criança em idade ainda muito nova, mas que vai criar um bom arquivo de lembrança ao lidar com as contas e a aprovação dos pais, além, claro da recompensa. Isso possibilitará no futuro que ele sempre queira olhar suas contas não deixando assim que elas saiam muito do controle.
Bom exercício e até a próxima.
(*) David Rocha escreve semanalmente, às terças-feiras. Ele é assessor de investimentos e educador financeiro, que vive o mercado diariamente, desde 2011, e autor do livro Tesouro Direto – Um Caminho para a liberdade financeira de 2016.
** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do autor. Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.