O estoque de empregos apresentou manutenção do crescimento no mês de setembro, de acordo com estudos realizados pela assessoria executiva do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac de Sergipe, após a divulgação dos números do Caged, realizada pelo Ministério da Economia, na última semana. O mercado de trabalho sergipano apresentou elevação de 3.511 postos de trabalho no mês, com quase todos os setores da economia aumentando os empregos gerados.
De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Laércio Oliveira, o resultado confirma uma condição de ânimo na economia local, com a redução dos casos da Covid-19 em Sergipe, colocando o estado em uma boa condição de enfrentamento da pandemia, e início da recuperação econômica, confirmando seu raciocínio após estudar os números de agosto e a estimativa para setembro. Os dois meses tiveram aumento nos postos de trabalho.
“Em agosto, geramos pouco mais de 300 empregos novos, o que sinalizava uma condição de início de recuperação no mercado de trabalho com carteira assinada em Sergipe. Agora, com a divulgação dos dados de setembro, mantenho minha perspectiva otimista, pois várias atividades do setor produtivo elevaram seu estoque de empregados nas empresas. A indústria deu um salto considerável, seguida pela agricultura, construção civil e comércio. Apenas o setor de serviços apresentou saldo negativo, mas isso se deve à redução de quadro de pessoal nos serviços de administração pública”, comentou.
Análise
Laércio destacou que o comércio inicia uma recuperação diante do período mais acentuado da pandemia, quando as lojas ficaram fechadas por quase quatro meses, lembrando que dessa vez também o período de contratações temporárias do comércio iniciou mais de um mês antes do habitual, que seria em novembro.
“O comércio gerou 472 novos empregos. Esse é um dado importante, pois corrobora com nossas pesquisas indicadoras da confiança do empresário do setor, que está em crescimento desde agosto. Os empresários acreditam que este é o momento de contratar para a temporada de final de ano, quando temos elevação nas vendas. Nesse momento, esse apontamento de crescimento dos empregos é sinal que as empresas estão mais animadas para as vendas de final de ano e que também mostram uma recuperação importante no final da cadeia produtiva, com a ampliação do número de trabalhadores temporários, muitos dos quais terão possibilidade de permanecer efetivamente no emprego conquistado. As contratações começaram antes nesse ano, então é sinônimo que os empresários estão com maior confiança no cenário econômico”, disse Laércio Oliveira.
A confiança dos empresários, segundo o presidente do Sistema Fecomércio, também se deve à redução na taxa de transmissão do coronavírus em Sergipe, que tem trazido mais movimentação para a economia de vários setores, destacando o comércio e o turismo.
“Essa elevação dos empregos no setor terciário também tem contagiado o setor de turismo, que voltou a contratar depois do período sem movimentação. Isso se deve a Sergipe estar figurando bem no cenário turístico nacional, com a baixa taxa de transmissão da doença no estado. Estamos recebendo bastante turistas e essa movimentação também reflete no mercado de trabalho”, afirmou.
O mercado de trabalho no estado apresenta melhoras, mas ainda se encontra com saldo negativo em todas as atividades. Entretanto, há um caminho muito longo a ser percorrido para recuperar os 11.347 empregos perdidos ao longo desse ano.
“O cenário apresenta uma boa condição nesse momento e a capacidade de controle de biossegurança das empresas tem sido um fator preponderante para evitar o aumento da disseminação da doença. Estamos no caminho certo, de crescimento e vamos conseguir fechar o ano, não creio que com a balança de emprego equilibrada, mas com os problemas que chegaram a uma condição complicada, minorados no final deste ano”, destacou Laércio.
Aumento da demanda
Considerado serviço essencial, o atendimento a clientes não parou mesmo durante a pandemia, e a AlmavivA, que conquistou 5 novos clientes nos últimos meses, registrou também um aumento de contatos diretamente relacionado à utilização de canais digitais. No segmento mobile, por exemplo, foram quase 1 milhão de chamadas adicionais de pessoas que antes buscavam atendimento em lojas físicas e deixaram de contar com essa opção, de maneira abrupta, precisando recorrer também aos canais digitais de atendimento.
Outra operação, que atende a uma grande empresa do segmento financeiro, antes da pandemia apresentava uma média de dúvidas por contato de 1,7, durante o isolamento, passou a 2,9. Isto é, quase dobrou. A grande maioria dessas novas dúvidas está relacionada a como acessar a fatura do cartão de crédito e parcelamento de pagamentos via app.