sexta-feira, 22/11/2024
Os produtores do curta metragem

Curta metragem sergipana que traz o cabelo como protagonista concorre ao prêmio nacional do Expocom 2020

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Fruto de um trabalho em conjunto das disciplinas Criação Publicitária em TV e Cinema e Produção e Direção de Imagem, do curso de Comunicação Social, da Universidade Tiradentes, o curta metragem “Cabelo: um ponto de vista”, foi selecionado na etapa nordeste da Expocom 2020 – Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação, e concorrerá à fase nacional do prêmio.

Com uma abordagem sobre preconceito e para além dos fios que funcionam, também, como um isolante térmico, protegendo a cabeça das radiações solares, o filme produzido pelos acadêmicos do 8º período curso de Publicidade e Propaganda, Inácio Barbosa, Gustavo Josué, Lidiane da Graça e Gabrielly Dantas e Yuri Aquino fala sobre o processo de aceitação e de quebra dos padrões.

“Queríamos, de alguma forma, abordar o preconceito na sociedade. Foi então que surgiu a ideia de utilizar o cabelo como personagem, pois todos os dias as pessoas sofrem algum tipo de represália, seja dentro de casa ou no trabalho, que as fazem recorrer a penteados ou cosméticos para diminuir o volume do cabelo, acessórios para prendê-los ou até mesmo decisões mais radicais, como procedimentos químicos para alisá-los”, conta Yuri, um dos responsáveis pela roteirização.

“A experiência e a vivência da transição capilar não nos mostram apenas como o nosso cabelo é, mas nos proporciona o autoconhecimento. A partir do momento que começamos a nos olhar interiormente e perceber como nós realmente somos, começamos a nos olhar com mais carinho e a nos reconhecer em tudo que é nosso, seja o corpo de modo geral ou simplesmente o cabelo”, afirma Gabrielly Dantas que atuou na produção e no elenco.

“Pude aprender muito com as vivências. Entendi que quem nunca sofreu com tal pressão deve ouvir e fazer parte da rede de apoio dos que sofrem”, revela Inácio Barbosa que assina a direção de arte, fotografia e montagem do curta. Em uma história contada em 60 segundos, o filme traz como pano de fundo aceitação, autoconfiança e amor aos cabelos como eles se apresentam.

“Sem dúvida, os desafios foram os recursos de filmagem, montar um roteiro bacana e o tempo. Os recursos, que apesar de termos a câmera, não tínhamos os outros instrumentos presentes em um estúdio de gravação, que facilitariam mais ainda a filmagem e um roteiro que conseguisse atingir o público”, revela Lidiane da Graça que auxiliou na produção e no elenco. O anúncio dos projetos selecionados chegou via online e o grupo encontrou um jeito todo especial de viver esse momento.

“Sabíamos que haveria uma premiação online, então decidimos realizar uma videochamada pelo hangout meet no momento da premiação para que pudéssemos reagir juntos. Até hoje, algumas semanas após a premiação, me pergunto se isso realmente aconteceu e se realmente passamos por esse momento, pois para mim era algo tão distante e que consegui alcançar falando do que gosto e me expressando como eu realmente penso”, disse o roteirista Gustavo Josué.

O desafio dos alunos foi acompanhado de perto por docentes do curso, uma das regras do Prêmio Expocom 2020. Para a professora  e mestra, Talita Déda, o resultado do trabalho atingiu todas as expectativas e estimulou a participação dos alunos no Expocom, não somente pela qualidade do material desenvolvido, mas também, pela reflexão proposta.

“Apresenta uma discussão atual e necessária sobre a quebra de preconceitos e padrões estéticos impostos pela sociedade, levantando um diálogo sobre a diversidade e apresentando o papel da academia, da universidade em fomentar esse debate, por meio de uma linguagem jovem e representativa”, considera.

“Vejo a proposta como sendo um libelo à independência pessoal, livre dos modismos, dos padrões estéticos impostos pela sociedade. O vídeo procura suscitar a discussão sobre a resistência do indivíduo a esses padrões impostos, e como estas pessoas devem se orgulhar do que são, independentemente de como sejam”, completa o professor especialista Cristiano Leal.

Para Valéria Bonini, professora e coordenadora dos cursos de Comunicação Social, Jornalismo e Publicidade e Propaganda e Jornalismo Bacharelado da Universidade Tiradentes em Sergipe, passar na seletiva do Expocom pode se traduzir em chances no mercado de trabalho.

“Essa é uma oportunidade de valia. É uma possibilidade de os alunos mostrarem a construção de uma proposta de trabalho que pode, inclusive, gerar outros frutos, inclusive, portfólio. Outro ponto interessante que também é válido é a oportunidade da troca de experiências com alunos do mesmo curso de outras instituições. Vale destacar também a seriedade do trabalho desenvolvido nas disciplinas. Vamos torcer, e rumo ao Expocom Nacional”, finaliza.

Assista ao curta clicando no título:  “Cabelo: um ponto de vista”

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