Com isolamento em baixa e números em uma crescente, Sergipe vive a tenebrosa expectativa de uma segunda onda de contaminação pela Covid-19. Segundo o médico infectologista Matheus Todt, o Estado segue o padrão europeu de proliferação do vírus, a exemplo do movimento da primeira onda.
“Tivemos esse segundo aumento do número de casos, se é piora de uma primeira onda ou uma segunda onda, em nada vai alterar o quadro. Mas o fato é que temos um aumento significativo de casos e de mortes, seguindo o padrão da primeira onda de casos”, diz.
Todt, que é professor do curso de Medicina da Unit, alerta que há uma perspectiva de aumento muito rápido de casos, com provável necessidade de hospitalização e ampliação no número de óbitos, e dessa vez, com uma retaguarda médica menor. “Temos menos leitos de UTI, sejam privados ou públicos. As medidas de ampliação desses leitos estão no começo.”
Ainda sem um tratamento efetivo, as principais medidas de prevenção permanecem as mesmas: evitar aglomerações, usar corretamente a máscara e higienizar de forma criteriosa e constante as mãos.
“A vacina não é tratamento, mas sim, prevenção. No Brasil ainda estamos distantes de uma imunização em massa. Apesar de termos uma ou duas vacinas autorizadas por órgãos de controle em outros países, ainda não temos um parecer da Anvisa, nem temos informações concretas de quando teremos essas vacinas e quando elas poderão ser utilizadas no Brasil”, ressalta.
O médico lembra ainda que mesmo com o início das campanhas de vacinação, o problema não estará resolvido. “Serão meses até que se consiga vacinar a população e o tempo necessário para que essa imunização surta efeito. Teremos ainda meses amargos e se não houver cuidado podemos ter, infelizmente, uma segunda onda pior que a primeira”, alerta Matheus Todt.