Dia desses eu estava conversando com Conchita, minha linda jabota (pois é, amigo, o feminino de jabuti é jabota! A essa altura, as mentes sandias já estão levando pro lado da sacanagem…). Não sou louco. Se transformam cães, gatos e outros pets afins em ‘personas’, por que Conchita não pode conversar comigo?
Bem, ela, na sua empáfia silente, sempre com ar de psicanalista, apenas ouvia minhas lamentações existenciais, descrenças políticas, meus conflitos de lugartempoespaço, coisas que só quem torce pelo Botafogo sente.
Em dado momento, disse-lhe sobre a esperança que rasga os corações inflamados e românticos das pessoas no Brasil, quando se aproxima o final de ano. Ah, é um mar de sonhos e crenças no melhor que há por vir:
– Esse ano o Brasil melhora, destaca um sonhador profissional.
– O gigante vai voltar a despertar, arremata um devaneador inveterado.
– Com fé em Deus, tudo vai ser diferente, pondera um platônico.
Vou parar aqui o arsenal fraseológico de desejos e expectativas porque…nem sei…isso me dá uma coceira alérgica na minha caixa craniana. Até parece que piolhos cerebrais caminham por todos os lados deixando suas lêndeas e se proliferando. Sabe o que é? É que existem alguns pontos a se ponderar:
1 – Sem investir em educação (não só nas escolas, mas uma mudança de comportamento geral), não há como o Brasil melhorar. Enquanto alguém continuar furando fila (uma leso ato de mau caratismo que é interpretado como normal no país do É o Tchan!), não há como se prenunciar ventos de transformação. Até porque todo mundo reclama de político, mas se representa no voto (entendeu?). As transformações sociais via educação se dão a longo prazo. O Brasil nem começou ainda seus passos revolucionários, como é que vamos mudar algo? Balela, pardal!
2 – Que gigante vai despertar? Ele está deitado eternamente em berço esplêndido, ou seja, é uma criança que nunca vai acordar, que nunca vai crescer. E tem mais: se nunca despertou, como vai despertar de novo? Deixe de conversa, velho!
– Brrrrrrrr!!!! Estou dando língua pra você!!!
3 – A pior infâmia (na minha ridícula opinião) é dizer que Deus é brasileiro. Velho, P%¨&*#, é F*&%#! Se se afirma isso, a gente tá sacaneando o Criador, transferindo para Ele a responsabilidade desta m*&%# toda que está aí (Perdoai-vos, Pai, porque não sabem o que dizem, em quem votam, como procedem!). E neguinho ainda fala que tudo vai melhorar se Deus quiser… tudo vai ser diferente. como, c*&%#*, vai ser diferente, se tudo continua igual? É deixa como é que está pra ver como é que fica, é? Se houvesse uma postura diferente, o resultado também o seria.
Olhe, quer saber, desejo a você que, em 2016, você leia mais, reflita mais e procure fazer algo de bom para si mesmo e para o seu semelhante. Pode ter certeza que já é um bom começo de ano!
….Ah, ia esquecendo, Conchita virou vegana e deixou de comer tomates cultivados com agrotóxico. Agora, só melancias do Japão satisfazem seu pequeno apetite.