As irmãs Manuela Gomes de Oliveira, 38, e Cláudia Oliveira Mendonça Barros, 35, capitã e tenente da Polícia Militar de Sergipe (PM), são agora comandante e subcomandante da Companhia de Polícia de Trânsito (Cptran). Essa é a primeira na instituição que ocorre fato tão inusitado: Manuela é a primeira mulher em 36 de fundação da companhia, a comandá-la. E ter como subcomandante a própria irmã é mais inusitado ainda. A capitã Manuela substitui o major Fábio Machado, que foi dirigir a Companhia de Polícia Rodoviária Estadual (Cprv). No último dia, 12, saiu a publicação em Boletim Geral Ostensivo da PM, anunciando a nova função da oficial. E desde então, elas estão nos cargos.
A escolha das duas oficiais para dirigir a Cptran partiu do comandante geral da PM, coronel Maurício Iunes. Em agosto de 2011, capitã Manuela ingressou na Cptran e até então era subcomandante. A irmã dela, tenente Cláudia, tem seis anos nessa companhia, sendo, na linha sucessória a mais antiga. “A determinação para Cláudia ser subcomandante veio do coronel Iunes”, disse Manuela. As duas garantem que falam a mesma linguagem e asseguram que a hierarquia vai ser mantida. Ou seja, a tenente vai continuar batendo continência para a capitã.
Com 19 anos na PM, Manuela é formada na Academia de Polícia do Estado de Pernambuco e já passou por diversas companhias. Ela foi, inclusive a primeira oficial feminina a comandar a Cavalaria, passou também pela Companhia de Rádio Patrulha, Companhia de Policiamento Comunitário, dirigiu de 2007 a 2009 a unidade feminina do Centro e Atendimento ao Menor (Cenam) e integrou a Força Nacional.
A tenenente Cláudia chegou na PM em 2005 como aspirante a oficial. Já trabalhou no Batalhão de Itabaiana, passou pelas Secretarias de Justiça e Inclusão Social, depois foi para o 5o Batalhão responsável pelo policiamento da região metropolitana de Aracaju. E há seis anos, está na Cptran.
A missão das irmãs oficiais é dar continuidade ao trabalho que estava sendo desenvolvido pelo major Fábio Machado, Prioritariamente implementar melhorias no policiamento ostensivo, na intensificação de blitz para abordagem de ônibus , taxistas e ciclomotores; coibir assaltos, tráficos de drogas , roubos e furtos, dentre outros serivços, como verificar documentação de veículos e motoristas. Não vai faltar a multa para quem desrespeitar as leis de trânsito.
A dobradinha – duas irmãs oficias comandando a Cptran – deixou animada a presidente da Associação Integrada de Mulheres da Segurança Pública (Asimusepse), Svetlana Barbosa. Segundo ela, “o empoderamento da mulher nas instituições de segurança é crescente, apesar de ainda tímido .Assumir funções de comando nessas instituições é uma quebra de paradigma a que só enaltece a classe feminina,uma vez que ao chegar nesses postos as mulheres comprovam o que a maioria de nós sabemos: somos capazes, dedicadas e sensíiveis às necessidades e aos desdobramentos que a instituição ou setores precisam. O comando da Polícia Militar acertou na escolha”.