Já temos falado sobre as consequências da evolução industrial sem planejamento, produto do desejo de lucro acima de qualquer noção elementar da ética. Isso tem gerado um caos social. Nossas sociedades têm se desenvolvido na “lógica” da máxima ganância, que faz invisível ou diminui a simples forma de vida humana, e a vida em geral. Além de posições ideológicas temos aqui uma opinião cultural.
O contexto antropológico, sociológico e psicológico atual da sociedade moderna, em geral, é amplamente desigual, extensamente desordenado e evidentemente irresponsável. Temos criado conscientemente centros urbanos com imensos perímetros marginais por uma necessidade de mão de obra que desenvolverá a grande indústria, e, por sua vez, desalojará os territórios para o agronegócio. Efeitos negativos? Efeitos positivos? É uma ampla discussão.
Agora, como fazemos (os cidadãos comuns) para aportar soluções aos problemas gerados por essa dinâmica que nos apresenta a realidade?
Vi na internet uma experiência sobre uma arquiteta boliviana que desenvolveu um projeto de casas com um alto padrão de construção, feitas com garrafas pet e materiais reciclados. Também vi umas experiências aqui no Brasil (dentro desse 1,8% de reciclagem do plástico que o Brasil faz) uma interessante fábrica de camisas feitas com microplásticos tirados de garrafas recicladas, entre outros projetos desenvolvidos aqui e no mundo todo.
Pensei, que maravilhoso ter ideia e conhecimento para criação de projetos desse tipo. Alternativas que dão respostas ao caos com criatividade, solidariedade, conhecimento ético e estético. E à medida que sejam reconhecidos pela maioria vão somar muito mais iniciativas, que ademais são urgentes de acontecer.
(*) Poeta e artesão venezuelano. Licenciado em Educação, especializado em Desenvolvimento Cultural pela Universidade “Simón Rodríguez”, Venezuela.
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