O oligopólio é uma estrutura de mercado determinada pela presença de poucas firmas dominando o mercado e uma enormidade de pequenos demandantes com itens negociados com um pequeno nível de substituição entre si.
Em verdade, não é estritamente a quantidade de ofertantes que determina a existência de um oligopólio, mas sim o perfil da concentração de mercado.
Em muitas cidades médias do país, embora haja muitos estabelecimentos que vendem alimentos, produtos de limpeza, de higiene e afins, geralmente, a maior parte do volume de vendas fica nas mãos de duas ou três empresas.
Eis uma situação análoga a um oligopólio.
O oligopólio é uma forma imperfeita de mercado e, como tal, socialmente ineficiente.
Por auferir lucros anormais, ele deixa de fora do mercado um vasto espectro do total de consumidores. E quanto maior o seu poder, maior essa exclusão.
Além dos tradicionais fatores mercadológicos de diferenciação – atendimento, localização, pós-venda, etc. – os oligopólios podem alterar os padrões de consumo das famílias.
Quanto maior a participação de um oligopólio num setor, maior a sua influência sob a sua conduta.
No Brasil, muitos mercados são oligopolizados.
Por estas terras, cinco bancos centralizam 83,4% dos depósitos e 83,7% dos empréstimos concedidos, no ano de 2019.
Também em 2019, uma única fábrica foi responsável por 79% das vendas de motocicletas no Brasil.
Em julho de 2020, mais da metade dos automóveis vendidos em território nacional foram fabricados por apenas três montadoras.
Apenas uma fabricante respondeu por 59,4% do mercado de cerveja brasileiro, em 2019.
E mesmo num segmento de menor barreira à entrada, como o fornecimento de alimentos, a concentração oligopolista já dá as cartas.
Em 2020, um volume de 92,9% das vendas estava nas mãos das redes de supermercados e, dentro desse total, 40% era detido por apenas três grandes grupos.
Isso ilustra bem o perigo político representado pelos oligopólios.
Afinal, com a expansão dos seus domínios, eles conseguem acumular força suficiente para moldar as trajetórias dos mercados aos seus próprios interesses.
Fazendo isso de uma forma em que, cada vez mais, aquilo o que é chamado pelas pessoas de “estilo de vida” se transforme em apenas um segmento de negócios dos oligopólios.
(*) Emerson Sousa é Mestre em Economia e Doutor em Administração
** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do autor. Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe