Durante a última reunião do Comitê de Operações Emergenciais (COE), realizada na semana passada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) apresentou dados referentes à atual situação da pandemia, em Aracaju.
Conforme os números dos boletins epidemiológicos, a capital sergipana teve uma melhora significativa dos índices referentes ao comportamento da doença causa pelo novo coronavírus e isso, consequentemente, reverbera na tomada de medidas da gestão municipal.
Ainda que com saltos positivos, a SMS alerta que o período ainda demanda cautela, sobretudo por parte da população, cuja colaboração é essencial na manutenção das restrições que, por hora, precisam persistir.
De acordo com o balanço realizado, a média de óbitos diários por covid-19 apresentou uma redução de 40% em junho em comparação com o mês anterior. Em relação a novos internamentos pela doença, a queda foi de 49,57% quando comparado com os 14 dias anteriores. Da mesma forma, houve uma diminuição de 44,12% na positividade dos exames em 14 dias. Os casos novos de covid-19 na última semana reduziram 19,42%.
Para chegar a esses percentuais, a Prefeitura conta com dados fornecidos pelo sistema construído pela SMS, que dá sustentação ao Painel Covid-19, com atualizações realizadas duas vezes por dia; além do banco de dados do Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen), para atualização de exames processados, percentual de amostras; dados e-SUS, que é um sistema do Ministério da Saúde (MS); e os dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), outro sistema do MS.
A secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, esclarece que essa melhora no quadro epidemiológico está relacionada a três situações.
“Alguns fatores são importantes para essa redução: a vacina, a conscientização das pessoas, que precisam manter as medidas sanitárias; a testagem para identificar os casos positivos e medidas de isolamento, porque quanto mais isolamento, mais a gente diminui o contágio. Também criamos uma ação mais enérgica em bairros com maior incidência, monitorando semanalmente e realizando testagem com o TesteAju”.
Vacinação
Atualmente, a campanha de vacinação contra covid-19 adentrou a faixa etária dos 35 e 36 anos, de forma escalonada, e mais de 283 mil pessoas já foram imunizadas com a primeira dose, o que equivale a 42,59% da população geral da capital.
“Somente nos últimos 30 dias, o crescimento no ritmo da vacinação foi de 75,8%. Ou seja, Aracaju tem avançado consideravelmente, figurando entre as capitais que mais têm avançado na vacinação. Portanto, o conjunto de situações tem refletido positivamente. O número de casos é proporcional ao número de óbitos. Quando tivermos redução de casos, teremos redução de óbitos e a imunização da população é imprescindível para obtermos esses resultados”, reforça Waneska.
Cautela
Por todo o mundo, o risco de uma terceira onda é real. Ao fazer uma análise das duas primeiras ondas, a secretária da Saúde de Aracaju avaliou que, mesmo com um quadro positivo, no momento atual, ainda é preciso ter cautela, sobretudo com relação ao comportamento da população.
“Existe a possibilidade de uma terceira onda até porque não temos nenhum estudo que demonstre o tempo de imunidade das vacinas. Temos uma nova variante em circulação, que é extremamente contagiosa. Na primeira onda, estávamos aprendendo com o próprio comportamento da covid-19. Na segunda, apesar de ter tido uma dimensão muito maior, foi possível nos prepararmos melhor, combater de forma mais planejada. Intensificamos a testagem, passamos a testar assintomáticos, ampliamos o número de leitos”, esclareceu a gestora.
Ponderada, Waneska afirma que, apesar de a gestão saber como conter a pandemia, ou seja, mantendo o comportamento preventivo, testagem e vacinação, é preciso uma ação também eficiente por parte da população.
“Ainda não sabemos quanto tempo a vacina dará de imunidade para as pessoas, então, não temos como prever o fim da pandemia. É preciso trabalhar pela conscientização da população para que com o avançar da vacinação, consigamos conter e conviver como uma endemia como convivemos com a dengue, por exemplo”, aponta.
A secretária, contudo, é categórica. “A flexibilização das medidas está ligada ao comportamento da sociedade, que precisa manter o uso da máscara, o distanciamento, a higienização constante das mãos e medidas preventivas. Abrir mão de tudo ainda não é possível”, frisa.