Hoje, 7 de Julho, se conhece como o Dia Mundial do Chocolate, ao que se parece ter conhecido esse produto na Europa nesta data. É muito interessante a história envolvida por trás desse desejado produto, desenvolvido com maiores ênfases na Europa pelos suíços e belgas. Mas toda essa história se inicia em nossa América do Sul.
É a Nestlé, esse consórcio suíço, que vai desenvolver no jeito industrializado o apreciado chocolate, mas antes de chegar ao século XIX acontece o sucesso do chocolate na Europa, com a Suíça, a França, a Bélgica, a Alemanha. Foi na Espanha que iniciou o consumo do cacau. O colonizador Hernán Cortez, durante a invasão espanhola no México, encontrou os reis astecas que consumiam uma calda feita à base de cacau como bebida sagrada da elite real chamada de “tchocololt”, entregue pelo deus Quetzacoalt. Cortez levou aquelas amêndoas do cacau que passaram a ser de consumo da elite real espanhola, nomeando aquela calda de chocolate. Na união da Coroa Espanhola com a francesa, o chocolate passou à França como costume real, e lá foi enviada de maneira contrabandeada à Bélgica, e posteriormente à Suíça, para ser transformado na pasta comercial que conhecemos hoje.
Porém, não é do México a origem do sagrado pé do cacau. É original da zona norte da Amazônia. Venezuela, principalmente. Mobilizada em épocas remotas pelos habitantes originários até zonas amazônicas da Colômbia e Equador. É a Venezuela quem tem a maior variedade de “cacau fino” e considerado o melhor cacau do mundo, mas na atualidade com uma produção extremadamente pouca, sendo o Equador o maior produtor atual de cacau fino do mundo. E que chegou a terras mexicanas na época do império Tolteca, pelo intercâmbio comercial exercido pelos Caribes, nação indígena originária do território da atual Venezuela, que tinham o domínio do comércio com os povos da zona que hoje é conhecida como o “Mar Caribe”, e que deve o seu nome precisamente a esta nação indígena, chamados “senhores do mar”.
Quanto à produção de “cacau comum” da variedade “forasteiro”, que representa 80% do cacau que se processa na indústria mundial, são o Brasil e a África as zonas do planeta de maior produção. Sendo o Brasil o maior produtor de cacau, nessa variedade do continente americano, e um dos maiores produtores do mundo, fundamentalmente nos estados da Bahia e do Pará.
O cacau como o milho, compartilham uma origem sagrada como variedades próprias do nosso continente, significando o cacau um extraordinário fruto com propriedades medicinais conhecidas pelos nossos ancestrais. No entanto, só tem sido explorado como produto da indústria confeiteira, deliciosos por demais, embora deixe uma ampla possibilidade de empreendimento produtivo e alternativo na área medicinal e da nutrição saudável, livre de adição de ingredientes de pouco beneficio nutricional para a saúde.
O chocolate pode, com técnicas gastronômicas e receitas ancestrais, combinar a produção de delícias que melhorem a nossa qualidade de vida, ajudando o nosso coração tanto na sua circulação como no sentimental, já que o cacau estimula a serotonina (hormônio da felicidade), além da possibilidade de fazer uma renda econômica nada depreciável.
(*) Poeta e artesão venezuelano. Licenciado em Educação, especializado em Desenvolvimento Cultural pela Universidade “Simón Rodríguez”, Venezuela.
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