Com a confirmação da transmissão comunitária da variante Delta na capital sergipana, a Prefeitura de Aracaju reforça o alerta à população sobre a necessidade de manter os cuidados de biossegurança para evitar o contágio pelo coronavírus.
A transmissão comunitária é aquela em que não é possível rastrear a origem da infecção e indica que o vírus está circulando entre a população. De acordo com a infectologista da SMS, médica Fabrízia Tavares, a identificação da Delta ocorre via sequenciamento genético, e o enfrentamento à nova mutação se dá com a manutenção dos protocolos de segurança sanitária e com a imunização da população.
“Estamos vivendo uma fase da pandemia crucial e estratégica, em que o andamento da campanha de vacinação está tendo uma celeridade importante, mas, em contrapartida, estamos nos deparando com a transmissão comunitária da variante Delta, também conhecida como variante indiana, cuja transmissibilidade é três a quatro vezes maior que a cepa original. Lembrando que o risco de uma variante altamente infectante, apesar da baixa letalidade observada, é a capacidade de causar muitos adoecidos de uma só vez, com maior busca dos serviços de saúde”, explica.
Apesar da Delta está circulando com transmissão local, não necessariamente o cenário da pandemia tende a piorar no município. Por enquanto, os índices epidemiológicos relativos à covid-19 continuam em queda, como tem sido a tendência dos últimos meses.
“Na minha avaliação, se você já tem essa variante circulando e mesmo assim a gente teve uma grande redução na transmissibilidade, o que tem mostrado na prática é que a vacina tem combatido também essa variante. Mesmo com a identificação da Delta na nossa população, a taxa de transmissão continua caindo”, enfatiza.
Vacinação
A médica infectologista lembra que a vacinação tem demonstrado uma redução significativa de novas infecções, internamentos e mortes pela covid-19. Contudo, a população que ainda não se vacinou deve buscar o imunizante nos postos de vacinação para evitar complicações pela doença, isso porque existe uma preocupação, por parte das autoridades sanitárias, em relação à proliferação da variante Delta.
“A vacinação, com seu esquema completado, confere, sim, como já temos evidenciado em estudos robustos em diversos países, a efetividade nas reduções significativas dos internamentos e dos óbitos por covid-19. A questão primordial é que entendamos que quanto maior a cobertura vacinal, ou seja, quanto mais pessoas com seus esquemas completados das vacinas, menor é a circulação do vírus entre nós, minimizando a chance do aparecimento de novas variantes de interesse”, destaca.
Dados
Nesse sentido, a imunização é a medida farmacológica de maior eficácia disponível no mercado em todo o mundo para proteger as pessoas das complicações. Até o momento, Aracaju tem 509.336 pessoas vacinadas contra a covid-19, das quais 359.269 já estão com o esquema vacinal completo, o que corresponde a mais de 69%.
Contudo, uma parcela da população ainda não foi vacinada, o que é preocupante. Por este motivo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) segue orientando a população sobre a necessidade de se imunizar contra o vírus e estimulando o público que, por algum motivo, deixou de tomar o imunizante, a ir se vacinar.
Primeiro caso da Delta
Dia 14 de setembro, a SMS recebeu confirmação do primeiro caso de variante Delta do coronavírus. O sequenciamento genômico da amostra de RT-PCR coletado em 31 de julho, em um hospital particular, foi realizado pelo laboratório da Fiocruz. Trata-se de uma mulher de 40 anos que teve contato com dois adolescentes que estiveram no Rio de Janeiro.
A Secretaria foi notificada por um hospital particular no dia 31 de julho e enviou, nesse mesmo dia, equipe da Unidade de Resposta Rápida na residência da paciente para avaliar comunicantes e levar declaração de isolamento domiciliar. No dia 2 de agosto, foi realizada a coleta dos comunicantes.
Medidas de biossegurança
Fabrízia destaca que o país vive uma fase importante no tocante ao avanço da vacinação, contudo, ainda é preciso tomar cuidado e não relaxar com as medidas de biossegurança, em virtude da variante Delta.
“A vigilância e a manutenção das medidas de precaução por parte de todos devem ser ainda rotineiras. As pessoas têm que entender que a vacina, assim como aquelas feitas para outras doenças infectocontagiosas já erradicadas no país, são o maior e melhor instrumento. Apesar dos resultados conquistados com o avanço da vacinação, a pandemia ainda não acabou, e isso reforça o comprometimento coletivo mesmo completando o ciclo vacinal. Não podemos abandonar os cuidados preventivos de biossegurança, como o uso da máscara, a utilização do álcool em gel e o distanciamento social. Vacinem-se. Protejam a si mesmos e a quem vocês amam”, orienta.