sábado, 23/11/2024
Antônia Lima Oliveira
Toinha, artista nata

Antônia Lima Oliveira, uma vida de sucesso

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Por Luiz Thadeu (*)

Fui aluno da professora Antônia Lima Oliveira, na Escola de Agronomia do Maranhão, no Campus da Uema, no final dos anos de 1970, isso lá atrás, no século passado. Passei muitos anos sem contato com ela, reencontrei-a nas comemorações de nossa turma que estava celebrando 37 anos de formados, em uma tórrida manhã de sábado de janeiro de 2018.

A professora Toinha, Heloísa e Luiz Thadeu

A professora Toinha, como todos a chamam, era convidada para o evento, assim como outros professores presentes, e sentou-se na primeira fila. O encontro foi em uma sala no prédio da faculdade de Agronomia. Escalado para falar, vi os olhos de admiração da mestra com minhas palavras. Terminada a fala, ela parabenizou-me, trocamos contato, e dias depois fomos convidados, Heloísa e eu, para um almoço em sua casa. Logo na entrada, ao nos receber na porta, vi a educação e elegância da anfitriã, bem como era querida pela legião de amigos em seu entorno. De lá pra cá não nos desgrudamos mais. Com a convivência passei a ser seu biógrafo.

Toinha é sagitariana como eu, somos privilegiados por termos estreados no mesmo mês de Jesus Cristo, o Filho único do Deus Pai, que nasceu em 25 de dezembro, com o propósito de nos salvar. Os sagitarianos não nascem, estreiam e depois brilham.

Toinha brilha há 80 anos, desde que por aqui estreou, completamos neste dia, 10 de dezembro.

Dizem que é falta de educação falar idade das damas, isso para aquelas que têm problema com a idade, o que definitivamente não é o caso dela. Até porque 80 é apenas um número, como tantos outros. Com a cabeça de uma adolescente, e alma de menina travessa, a professora Antônia é mestra na arte do bem viver, e ensina todos os dias que deve-se caminhar com leveza, entusiasmo, alegria, contentamento, sorrisos e sonhos.

Toinha, mulher à frente do seu tempo

Toinha, Só para ilustrar quem é Toinha. Quando iniciei o curso de Jornalismo recebi um telefonema logo cedo, e sempre que me liga diz: “Já acordou ou ainda estás nos braços de Morfeu?”.

Ela queria saber como fazer a inscrição para uma nova faculdade, e eu perguntei qual o curso que ela desejaria fazer. “Qualquer um”, respondeu de prontidão. Ela não é mulher de ficar parada, ela é multifacetada.

Em qualquer ambiente, a presença de Toinha é garantia de bom papo, muitas gargalhadas. Isso é para quem tem a alma leve, para quem fez da passagem do tempo um aliado, ou seja, isso é para poucos, somente os privilegiados, os bem-aventurados têm essas características.

Com seu jeito aglutinador, tem um séquito de amigos, de todas as raças, credos, matizes e classes sociais. Tive a oportunidade de acompanhá-la em almoços e jantares finos, e em casas humildes de seus devotos amigos. É sempre a mesma Toinha, contadora de causos vividos e vivenciando, piadas de salão e outras mais.

Artista nata, Toinha pinta quadros, toca piano e violão, acompanha o irmão Hamilton em tertúlias, onde solta a voz sem medo de ser feliz. Faz ponto de cruz, crochê, pinta panos de prato. Se tivesse vivido na Itália de Leonardo da Vinci e outros renascentistas entraria para a história. Mas sua história é feita no dia a dia, pintando o sete, bordando o oito, desenhando o nove.

Dizem que para marcar a passagem na terra, tem que plantar árvores, escrever um livro e ter filhos. Do ventre da professora Antônia não saiu filho; mas árvores ela plantou e ainda planta muitas; livros escreveu alguns, com a temática em que é mestra, o paisagismo. Fecunda, está a escrever mais um, que breve será lançado, com o sugestivo título “Vivência de uma profissional”.

Viva Toinha!

Mulher à frente do seu tempo, cursou Agronomia em Fortaleza, um curso eminentemente masculino, quando não existia o curso em São Luís do Maranhão; fez mestrado em uma das melhores universidade brasileira, ESAUQ, em Piracicaba, SP.

Com mente prodigiosa, sabe o nome científico de uma infinidade de plantas.

E, assim segue sua caminhada na vida: livre, leve, solta, com a leveza de uma folha que vento leva.

Parafraseando nosso conterrâneo Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), “a vida é combate que os fracos abate; os fortes, os bravos só podem exaltar!”

É um privilégio conviver no dia a dia com essa pessoa, que se reinventa o tempo todo, que tem sede e fome de conhecimentos, de bem com a vida, rica de amigos.

Querida Antônia Lima Oliveira, que Deus lhe conceda vida longa, com saúde, sucesso, sorte, sonhos, fé, paz e proteção divina.

Viva a vida, viva Toinha.

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(*)Engenheiro agrônomo, aluno e admirador

 

 

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Sobre Luiz Thadeu Nunes

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Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o homem mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.  Membro do IHGM, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; ABLAC, Academia Barreirinhense de Letras, Artes e Ciências; ATHEAR, Academia Atheniense de Letras; e da AVL, Academia Vianense de Letras, membro da ABRASCI. E-mail: luiz.thadeu@uol.com.br

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