Durante oito dias – de hoje, 23, até a próxima segunda-feira, 30, um dos grandes médicos sergipanos, Antônio Garcia Filho, será homenageado em virtude do seu centenário (ele nasceu em Rosário do Catete, no dia 29 de maio de 1916). Fundador da Faculdade de Medicina de Sergipe, integrante da Academia Sergipana de Letras (ASL), onde ocupou a cadeira de número um, ele deixou marcas importantes por onde passou. Para o presidente da ASL, José Anderson do Nascimento, Garcia poderia ser considerado hoje como um agitador cultural.
Um dos grandes legados do médico e acadêmico Antônio Garcia Filho junto a ASL, foi, segundo Anderson Nascimento, de ter conseguido, junto ao então governador José Rollemberg Leite, a sede própria da instituição.
“Até então a academia era itinerante. Ora funcionava no Instituto Histórico e Geográfico, na Ordem dos Advogados do Brasil ou no Arquivo Público e não tinha sede própria. Essa foi uma das grandes conquistas de Antonio Garcia Filho. Essa aproximação doestado com a academia, uma instituição perene com mais de 80 anos e tem com suporte o desenvolvimento culturas do Estado”, destacou Anderson Nascimento.
Ele lembrou que Antônio Garcia Filho foi um médico notável, tinha uma tendência cultural muito expressiva, era poeta, escritor, músico, compositor, “um personagem multifacetado”. Anderson Nascimento explicou, ainda, que Garcia Filho foi político, gestor de órgãos públicos estaduais e federais e um dos fundadores da Faculdade de Medicina de Sergipe, no início dos anos 1960 do qual foi seu primeiro diretor.
“A faculdade foi uma propulsora da Universidade Federal de Sergipe. Na época da faculdade, Luís Garcia, irmão de Garcia Filho, era o governador do Estado. Ele foi um dos acadêmicos que se notabilizou na segunda metade do século passado. E esteve presente não só na academia, mas também, na Academia Sergipana de Medicina”, disse Anderson.
“Ele tinha esse suporte cultural, participou como diretor de cultura e arte da UFS, foi incentivador do Festival de Arte de São Cristóvão e como presidente do Conselho Estadual de Cultura, criou o Encontro Cultural de Laranjeiras, que ainda sobrevive. Ele tinha grande apego, não só a cultura erudita, mas também à popular, especialmente o folclore”, completou.
Programação – As homenagens a Antonio Garcia Filho começam hoje, 23, com uma sessão especial na Câmara Municipal de Aracaju, às 9 horas. No dia 24, às 11 horas, haverá uma sessão especial, na Assembleia Legislativa de Sergipe. Já no dia 25, às10h30, haverá colocação de flores e placa de 100 anos na herma de Antonio Garcia, no Campus de Saúde da UFS. E às 17 horas, na ASL, será lançado o livro “Antonio Garcia Filho – um intelectual engajado”, de Patrícia Souza. Também será lançado o livro “Antonio Garcia Filho e a Faculdade de Medicina – Criador e Criatura”, de Eduardo Garcia; e ainda, lançamento da nova edição comemorativa do livro de Antonio Garcia Filho, “Um pensamento na praça”, prefaciado por Anderson Nascimento. No dia 27 de maio, às 19 horas, haverá um sarau – “Garcia – música& poesia, no auditório do Museu da Gente Sergipana. No dia 28, sábado, às 17 horas, missa na Igreja São Pedro e São Paulo, e no dia 30, às 20 horas, na Somese, lançamento do selo comemorativo pelos Correios com uma série de pronunciamentos. No dia 31 de maio, das 8 às 16 horas, ocorrerá o II Ciclo de Estudos da História da Literatura Sergipana, cujo tema será Antonio Garcia Filho e ocorrerá no Campus de Lagarto, que leva o nome do homenageado.