Cerca de 200 pessoas estão ocupando desde às 9 horas da manhã de ontem, 23, o Palácio Aloísio Campos, sede do governo municipal de Aracaju. Eles foram à Prefeitura de Aracaju pedir ajuda, pois ocuparam um terreno no final de linha do bairro Santa Maria e a Justiça determinou a reintegração de posse na quarta-feira, 25. Representantes das famílias foram recebidas, no início desta tarde, pela secretária municipal da Família e da Assistência Social (Semfas), Maria do Carmo Alves, mas não houve consenso para que as pessoas deixassem o prédio da prefeitura.
Ao todo, são 400 famílias que há um ano estão num terreno de propriedade privada e ali criaram o assentamento Nasce uma Esperança. O integrante do Movimento Luta Popular, Jackson Muller Batista dos Santos, afirmou que as famílias só sairão do prédio da prefeitura quando for dada uma solução para elas.
A Guarda Municipal de Aracaju (GMA) reforçou a segurança no prédio. O acesso, que antes era livre, ficou restrito. Antes de entrar, as pessoas tinham que dizer o que iam fazer e em que setor.
A decisão de ocupar o prédio foi tomada na quinta-feira da semana passada, diante da proximidade da reintegração de posse determinada pela Justiça. A dona de casa, Neuza Minervina da Conceição, 60, disse que mora no local por não ter condições de pagar aluguel. Ela é viúva e cuida de três netos.
Juciane da Conceição Santos, 38 anos, está há 10 meses no terreno. “Tenho dois filhos, pagava aluguel de R$ 300 e não tenho mais como fazer isso, porque perdi o emprego”, contou.
Sem auxílio – A secretária Maria do Carmo Alves disse que a prefeitura já recorreu da decisão da Justiça para conceder auxílio moradia a essas famílias e já ganhou. Portanto, elas não receberão dinheiro.
“É importante que as pessoas saibam que essa ação de reintegração de posse é entre o dono do terreno (uma empresa) e as famílias. Estas famílias ocuparam um terreno particular. Eles entraram na Justiça para receberem o auxílio-moradia, o município recorreu e ganhamos a causa”, destacou a secretária.
Ela lembrou que a Prefeitura de Aracaju gasta por mês mais de R$ 360 mil com recursos próprios apenas com o aluguel social para mais de 1.200 famílias na capital sergipana, totalizando um gasto anual de mais de R$ 4 milhões com a concessão do benefício.