Hoje, 5, é o último dia para quem quiser se lançar no Desafio 42 k, a primeira maratona trail run de Sergipe, que acontecerá no Parque Nacional Serra de Itabaiana, no dia 10 de julho. As inscrições ainda podem ser feitas no site oficial do evento (www.desafio42k.com.br/inscricoes) e os valores variam de acordo com a quilometragem escolhida: R$ 139, para 5 km; R$ 159, para 10 km; R$ 189, para 21 km; e R$ 199, para 42 km. Os kits serão entregues, no dia 9, sábado, a partir das 13 horas, no Quality Hotel e neste mesmo local, às 19 horas, haverá o congresso técnico, onde todos receberão orientações.
Com experiência em organizar corridas de rua e trail run, Mário Eugênio Paula de Lima, que também coordena o Desafio 42 K, garante que duas coisas vão deixar os atletas maravilhados: logo de início, a surpresa estará no kit que todos receberão no sábado. “O kit vem com camisas, cujo tecido nunca foi entregue em corridas de Sergipe”, avisa. Depois, a oportunidade de correr na Serra de Itabaiana, num percurso cheio de desafios, que faz jus ao nome da prova.
A ideia de fazer o Desafio 42 K foi do atleta César Santos, que veio a Sergipe organizar outra corrida e quando viu o potencial da Serra de Itabaiana se encantou e pensou que ali poderia ocorrer uma maratona. “É a nossa primeira maratona. Muito especial por ser uma trail run, uma corrida de montanha. Somos privilegiados por termos essa serra e César, com muita perspicácia, teve a ideia de fazer essa prova”, afirmou Mário Eugênio.
Pelo menos, 80% dos atletas que já se inscreveram são de outros Estados, mas não faltam sergipanos nesse desafio. As inscrições foram abertas desde dezembro do ano passado e, à medida que se aproxima o dia da prova, os preços aumentam um pouco. Segundo Mário Eugênio, os valores são necessários para cobrir uma série de custos, mas ele garante que, nessa modalidade, a Desafio k 42 é bem barata se comparada com outras do gênero.
Cerca de 60 pessoas estarão trabalhando no dia da prova, que terá horário diferenciado para o início da cada prova. O ponto de encontro dos atletas será no forródromo de Areia Branca. Segundo Mário Eugênio, foi feito contato com a prefeitura da cidade para que a comunidade local monte uma feira com produtos típicos. “É um evento turístico, e nada melhor que as pessoas mostrem o que têm de melhor para comercializarem”, frisou.
O trail run é uma modalidade de atletismo que proporciona contato direto com a natureza em diferentes graus de dificuldade, característica que a difere das tradicionais corridas de ruas. A corrida acontece em terreno com desníveis acentuados, em trilhas e caminhos rurais, proporcionando uma atividade física diferenciada, com segurança e harmonia com a natureza.
“O Desafio atenderá a todos os níveis de experiência e a prova é perfeita tanto para quem quer se aventurar na montanha pela primeira vez, quanto para os atletas mais especializados do país. Nosso principal objetivo é incentivar a busca pela superação”, disse César Santos.
História – O Parque Nacional Serra de Itabaiana criado em 2006 pelo Governo Federal, tem uma altitude média de 250 metros, é área de Mata Atlântica e caatinga e abriga 16 espécies de répteis, 24 de anfíbios, uma de quelônio (tartarugas), 62 mamíferos e 123 aves. Ela está localizada em áreas dos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Laranjeiras, Itaporanga D’Ajuda e Campo do Brito. Dentro do parque existem várias serras, entre elas a que dá nome ao local, a de Cajaíba, Boqueirão, Comprida, Bauzinho e Poço das Moças.
De acordo com o blog Serra de Itabaiana, desde o início da história do Brasil, mais precisamente durante a conquista de Sergipe que as Itabaianas, como eram conhecidas todas as serras do sistema, foram palco de lutas, aventuras, decepções e lendas. A batalha final pela conquista de Sergipe ocorreu na serra dos Três Picos, que pertence ao sistema, mas que fica fora do Parque, na divisa oeste dos atuais municípios de Itabaiana e Macambira.
O lugar povoou sonhos de aventureiros de todos os tipos e no início do século XX. Jovens aristocratas da capital chegaram a criar uma sociedade com a finalidade de estabelecer na serra um local de refúgio, nos moldes de Petrópolis no Rio de Janeiro e Campos do Jordão, em São Paulo.
Volta e meia o assunto serra voltava a atiçar paixões, geralmente de jovens idealistas, seja na capital, seja na própria Itabaiana. Há muitas histórias sobre a serra e a cidade de Itabaiana. Mas, independente de qualquer coisa, agora, atletas de vários Estados e de Sergipe atiçados pela paixão por desafios, se lançam nas brenhas da Mata Atlântica e da caatinga.
E quem sabe, como diz uma versão popular, se deparem por lá com uma índia que se chamava Ita, vinda da província da Bahia que, quando dançava, o povo explodia de entusiasmo e gritava: “Ita, a baiana! Ita, a baiana! Daí o nome Itabaiana.