O Sebrae está sediando hoje, em seu auditório, o Encontro Estadual dos Carcinicultores. O evento reúne pesquisadores, técnicos governamentais, acadêmicos e criadores de camarão para discutir o futuro da carcinicultura em Sergipe e no país. A carcinicultura é um ramo específico da aquicultura voltado para a criação de camarão em cativeiro, tanto na forma de cultivo marinho ou de água doce. É uma atividade em franca expansão no Brasil, sendo uma das formas de negócio mais lucrativas que existem.
A programação do encontro conta com um painel de debates e palestras com José Milton Barbosa, professor adjunto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Óscar Luis Sanchez, consultor técnico equatoriano com mais de três décadas no mercado da aquicultura; José Milton Moreira Carrico, professor do curso técnico em Aquicultura do Instituto Federal de Sergipe (IFS) e do carcinicultor Ícaro Freire Bento. A moderação fica sob a responsabilidade do engenheiro de pesca Salustiano Marques.
O evento é realizado pelo Sebrae em parceria com a Associação dos Criadores de Camarão do Estado de Sergipe (Aces).
Atividade em expansão
Segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), entre 2016 e 2020 a produção de camarão no Brasil cresceu mais de 80%, saindo de 60 mil para 112 mil toneladas. A Região Nordeste é a principal produtora do país, respondendo por 99% dos camarões criados em cativeiro. Sergipe é responsável por cerca de 7% desse total.
Apesar desse aumento, o consumo do produto ainda é baixo, não ultrapassando 70 g/mês, o que indicaria um potencial ainda maior para absorver aumentos de produção. O mercado segue em recuperação da queda ocorrida em função da pandemia. Com a diminuição brusca da procura por hotéis e restaurantes, principais mercados consumidores do produto, o preço do quilo de camarão caiu e os custos de produção, principalmente da ração, aumentaram
Contudo, com a volta das atividades à normalidade, o quilo do camarão segue em elevação. A exportação do produto ainda é pouco representativa no Brasil, com a comercialização ainda sendo voltada para o mercado interno.
Entre os principais desafios que precisam ser superados pelos criadores estão a falta de políticas públicas específicas para o setor, a gestão hídrica e ambiental dos criadouros e a complexa relação de vendas no mercado interno.