sexta-feira, 15/11/2024
Petrônio Gomes: “Nunca teria aceitado entrar na política sem o apoio e incentivo da classe médica" Fotos: Arquivo pessoal

Petrônio Gomes, neurocirurgião : “Sou de direita, conservador e até monarquista de modelo europeu. Sou, sim, aliado do presidente Jair Bolsonaro”

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Com 35 anos de profissão, o neurocirurgião Petrônio Gomes, 59 anos, se lança agora na política partidária. Considera-se um neófito ao trilhar estes caminhos, mas leva como experiência o fato de já ter presidido a Sociedade Médica de Sergipe (Somese), atuando em outras entidades médicas e ter sido secretário adjunto municipal de Saúde, na gestão de João Alves Filho. Agora é candidato a deputado federal pelo PTB, partido que apoia o presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição.

Convenção
Petrônio, na convenção do PTB

A iniciativa de candidatar-se a deputado federal veio por considerar-se um profundo conhecedor dos problemas de Sergipe, principalmente na área da saúde, e por estar tendo o apoio da sua própria classe.  “Um grande grupo de colegas me incentivou neste projeto e resolvi aceitá-lo, plenamente consciente do papel que posso desempenhar na Câmara”, disse Petrônio Gomes, que aceitou o convite de João Fontes, presidente estadual do PTB, para ingressa na sigla.

“Nunca teria aceitado entrar na política sem o apoio e incentivo da classe médica. Temos nomes excepcionais que poderiam estar no meu lugar, mas poucos são os que querem entrar na política. Fico lisonjeado e muito orgulhoso por ter esse apoio”, ressaltou.

“Sou de direita, conservador e até monarquista de modelo europeu. Sou, sim, aliado do presidente Jair Bolsonaro, junto com o meu partido, o PTB”, assim se define Petrônio Gomes, acrescentando que a conquista dos eleitores “dar-se-á pela minha caminhada como médico e neurocirurgião, na qual venho prestando serviços à saúde do nosso Estado”. Ele afirmou, também, que tem o apoio dos médicos, “na sua esmagadora maioria, apoiadores de Bolsonaro”, completa.

Quando João Fontes decidiu renunciar à candidatura a governador de Sergipe, aliando-se ao PL de Valmir de Francisquinho, Petrônio Gomes apoiou a decisão da diretoria do partido. Para ele, “a coligação com o PL era lógica, pois são partidos que têm no presidente Bolsonaro o seu líder máximo. As discussões foram feitas através da nossa diretoria, mas apoio integralmente”, destacou.

Além de ser um neurocirurgião bastante conhecido em Sergipe, Petrônio Gomes é um intelectual, dono de uma riquíssima biblioteca particular com mais de 30 mil livros, possivelmente uma das maiores do Estado. Na vasta biblioteca, que ocupa, literalmente, uma casa dentro da sua própria casa – a redundância é proposital – Petrônio reserva algum tempo para leituras, mas também para refletir sobre os principais problemas que afligem o país e, mais particularmente, Sergipe.

Esta semana, já em plena campanha para deputado federal, Petrônio Gomes conversou com o Só Sergipe. Confira.

SÓ SERGIPE – O senhor tem uma carreira profissional impecável como neurocirurgião, e, agora, é candidato a deputado federal. Anteriormente, o senhor anunciou que desejava uma cadeira na Assembleia Legislativa. O que foi determinante para essa mudança?

PETRÔNIO GOMES – A candidatura a deputado federal foi a pedido do PTB, para colocar um representante da classe médica na disputa.

SÓ SERGIPE – Conquistar uma vaga na Câmara Federal não é algo simples, e o candidato tem que gastar muita sola de sapato. Além disso, o senhor vai concorrer com políticos “profissionais” que querem se manter na Câmara. Está preparado para o embate?

PETRÔNIO GOMES – Considero-me um nome novo na política partidária, mas, pronto, preparado para disputar uma vaga na Câmara, como um representante da área médica, conhecedor a fundo dos problemas, que são imensos.

SÓ SERGIPE – E por que ingressar na política partidária? Como se deu a escolha do partido – o PTB?

PETRÔNIO GOMES – A classe médica precisa, há tempos, de um representante na Câmara Federal.  Um grande grupo de colegas me incentivou nesse projeto e resolvi aceitá-lo plenamente consciente do papel que posso desempenhar na Câmara. A escolha do PTB foi a convite do presidente da sigla em Sergipe, João Fontes, aliado incondicional do nosso grande presidente Jair Bolsonaro, o qual também sou, assim como a esmagadora maioria da classe médica.

SÓ SERGIPE – O senhor já foi dirigente de diversas entidades médicas e secretário adjunto da saúde de Aracaju, na gestão do então prefeito João Alves, em 2013. Essas duas experiências contribuíram para tomar decisão de entrar na política partidária?

PETRÔNIO GOMES – Presidente da Sociedade Médica de Sergipe, vice-presidente da Associação Médica Brasileira e secretário adjunto da Saúde de Aracaju foram experiências com um aprendizado tamanho, que em muito contribuíram para a minha entrada na política partidária.

SÓ SERGIPE – O senhor se define como alguém de direita, altamente conservador. O senhor é um aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, como seu partido, ou é independente?

PETRÔNIO GOMES – Sou de direita, conservador e até monarquista de modelo europeu. Sou, sim, aliado do presidente Jair Bolsonaro, junto com o meu partido, o PTB.

SÓ SERGIPE – O senhor é um neófito na política partidária. Qual sua estratégia para conquistar eleitores, principalmente os mais jovens, com uma pauta conservadora?

PETRÔNIO GOMES – A conquista dos eleitores dar-se-á pela minha caminhada de 35 anos como médico e neurocirurgião, na qual venho prestando serviços à saúde do nosso Estado.

SÓ SERGIPE – E entre seus colegas médicos, sua candidatura tem sido bem aceita?

PETRÔNIO GOMES – Nunca teria aceitado entrar na política sem o apoio e incentivo da classe médica. Temos nomes excepcionais que poderiam estar no meu lugar, mas poucos são os que querem entrar na política. Fico lisonjeado e muito orgulhoso por ter esse apoio.

Política
Mendonça Prado, João Fontes e Petrônio Gomes. Ao fundo, a vasta biblioteca de Petrônio

SÓ SERGIPE – Como o senhor analisa a decisão de João Fontes em aliar-se ao candidato Valmir de Francisquinho, passando a ser o primeiro suplente ao Senado? O senhor participou das discussões?

PETRÔNIO GOMES – A coligação com o PL era lógica, pois são partidos que têm no presidente Bolsonaro o seu líder máximo. As discussões foram feitas através da nossa diretoria, mas apoio integralmente.

SÓ SERGIPE – Quando o senhor anunciou, nas redes sociais, que iria ser candidato a deputado federal, postou uma foto com João Fontes e Mendonça Prado na sua biblioteca. A educação será um dos seus focos?

PETRÔNIO GOMES – Além da educação, meu foco será saúde, cultura, turismo e lazer.

SÓ SERGIPE – E por falar em biblioteca, o senhor é dono de um enorme acervo, não só de livros, mas de revistas, jornais etc.  O seu acervo é o maior do Estado ou do Brasil?

PETRÔNIO GOMES – Nossa biblioteca é minha paixão. O acervo é amplo, talvez o maior do Estado, não do Brasil. Coloco à prova!

SÓ SERGIPE – Quando o senhor começou essa biblioteca?

PETRÔNIO GOMES – Nosso acervo não para de crescer desde 1976. Temos 32 mil livros, quatro mil revistas, seis mil discos de vinil, dois mil CDs, dois mil DVDs, milhares de fotos, cartões-postais, selos, moedas. Tudo é contado a partir de milhares de itens. Tenho minha esposa Selma como minha grande ajudante.

SÓ SERGIPE – O senhor já se rendeu também aos e-books? O que acha dessa modalidade de livros?

PETRÔNIO GOMES – E-book é um avanço na tecnologia da leitura, tem seu espaço e importância. Mas nada se compara em focar um livro, folhear, sentir o cheiro, colocar embaixo do braço…

SÓ SERGIPE – Seu pai, o pernambucano de Arcoverde, Petrônio Gomes, foi funcionário do Banco do Brasil e ao ser transferido para Aracaju estreou no jornalismo na Gazeta de Sergipe com o artigo “Cidade Nua”. Ele foi sua inspiração para se tornar um leitor voraz?

PETRÔNIO GOMES – Meu saudoso pai foi o meu grande incentivador e estimulador dessa biblioteca. Sua biblioteca, à qual está integrada à minha, é excepcional em filosofia, história, biografias, romances clássicos, religião.

SÓ SERGIPE – E como se deu a escolha pela medicina? E mais especificamente à neurocirurgia?

PETÔNIO GOMES – A escolha da Medicina foi justamente através desses livros – Hipócrates, o filósofo Avicena, Egas Moniz, Pauster e muitos outros. A neurocirurgia foi através das reportagens das Revistas Manchete e O Cruzeiro, nas quais mostravam Dr. Paulo Niemeyer operando. A partir daí tive um só objetivo, que era ser residente do Dr. Paulo Niemeyer, e consegui. Fui o único sergipano que fez residência médica com Dr.  Paulo, o maior nome da neurocirurgia no Brasil. Muito me orgulho disso.

SÓ SERGIPE – O senhor fez residência médica no Rio de Janeiro e a “cidade maravilhosa” já era violenta. Tem alguns fatos pitorescos quando era residente que lhe marcaram?

PETRÔNIO GOMES – Como o serviço do Dr. Paulo era muito grande e o mais famoso à época, tive oportunidade de conhecer o Rio de Janeiro a fundo e conhecer pessoas ilustres, todos esses amigos e clientes dele como Roberto Marinho, Ivo Pitanguy, Chico Anísio, Martinho da Vila, Jorge Amado, Zelito Viana, Nelson Carneiro, várias atrizes e atores. Infelizmente, naquele tempo não havia celular com essa tecnologia atual, por isso não temos o registro.

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