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Em virtude dos 80 anos do torpedeamento de três navios na costa da capital sergipana por um submarino alemão, que serão completados na próxima segunda-feira, dia 15, a comissão cultural criada pela Prefeitura de Aracaju para prestar homenagem às vítimas organizou quatro dias de programação, entre este sábado, 13, e a próxima quarta-feira, 17.
A comissão foi criada no início de julho, por meio de decreto assinado pelo prefeito Edvaldo Nogueira, e conta com a participação de membros da administração municipal, da Academia Sergipana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, da Universidade Federal de Sergipe, do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho e dos comandantes da Capitania dos Portos, do 28º Batalhão de Caçadores e da Força Aérea, além de representantes do Governo de Sergipe.
“Esta é uma iniciativa muito importante, especialmente, no sentido de preservar e resgatar elementos históricos da nossa capital e do nosso estado. Foi aqui, em Sergipe, que ocorreu o evento motivador para que o Brasil entrasse na Segunda Guerra Mundial. Foi na costa de Aracaju, mais precisamente no dia 15 de agosto de 1942, que se deram os torpedeamentos dos navios, ceifando inúmeras vidas. Então, o que nós buscamos, com este ato, é destacar a importância cultural e educacional deste evento, resguardando a memória daqueles que faleceram no bombardeio, tanto na história de Sergipe como na do nosso país”, explica o prefeito Edvaldo Nogueira.
Presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), Luciano Correia relembra que a capital sergipana foi palco de um evento histórico relevante que completa 80 anos no próximo dia 15. “Queremos conferir a essa efeméride a importância que ela merece, com uma programação robusta e repleta de homenagens”, ressalta.
A programação começou hoje, com o seminário “Sergipe na Segunda Guerra”, que foi ministrado às 8h, no 28º BC, pelo Grupo Sergipano de Estudos da Força Expedicionária Brasileira.
Hoje, 14, das 15h às 18h, o Aeroclube de Sergipe realizará uma solenidade alusiva aos 80 anos do torpedeamento ocorrido na costa sergipana, inaugurando o novo portal de entrada do local, o memorial e um painel, na avenida Maranhão, bairro Santos Dumont.
O terceiro dia de homenagens, a terça-feira, 16, será iniciado com o lançamento de pétalas de rosa ao mar a partir de um navio da Marinha do Brasil na costa aracajuana. Pela tarde, no Farol do bairro Coroa do Meio, a partir das 17h, haverá uma série de tributos, como a execução dos hinos nacional e do estado, e da canção dos expedicionários; descarga de fuzilaria; instalação de placa alusiva; projeção do nome de todas as 607 vítimas e ativação do canhão de luz do farol.
Por fim, na quarta-feira, dia 17, às 19h, será aberta uma exposição, no Centro Cultural de Aracaju, sobre os acontecimentos após a data histórica, que ficará disponível para visitação até o dia 17 de outubro.
“A organização dessa exposição visa justamente compartilhar informações a respeito do envolvimento da capital sergipana com o maior conflito militar do século XX e que marca a humanidade até hoje. A proposta é apresentar um pouco do cotidiano de Aracaju e evidenciar o impacto que a Guerra teve sobre uma cidade tranquila, e cuja população ficou horrorizada e amedrontada após o episódio dos torpedeamentos, que ocorreram entre 15 e 17 de agosto de 1942. Além disso, mostraremos como os aracajuanos se informavam a respeito da Guerra. Os jornais impressos, o rádio e o cinema foram muito importantes nesse período”, explica a professora doutora Andreza Maynard, do Grupo de Estudos do Tempo Presente, vinculado à UFS.
