quinta-feira, 21/11/2024
Expedito e Claudefranklin, durante o programa “Expedito, Contos e Memórias”, na Jubileu FM 105,9

Expedito, contos e memórias

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Sou fã de rádio desde a minha infância. A minha primeira experiência foi na antiga emissora Rádio AM Progresso, da cidade de Lagarto-SE, do Grupo Rocha, fundada no início dos anos 80. De lá para cá, em casa, sobretudo durante as refeições, o aparelho está sempre ligado. Em outros tempos, aos programas jornalísticos locais, mas com a queda da qualidade e por sempre noticiarem apenas as verdades que os grupos políticos que os bancam querem, todas as atenções se voltam para a parte musical, que também não anda lá essas coisas, tocando canções de corar até mesmo aqueles mais modernos, com expressões chulas e inapropriadas para uma criança, por exemplo.

Ao longo de minha jornada no campo cultural, tive a oportunidade de conduzir e apresentar dois programas de rádio: Cultura na Progresso, na AM Progresso; e Relicário Cultural, na Juventude FM, idealizada e coordenada por Aloisio, o Prefeitinho. O segundo, mais duradouro, cerca de três anos, aos sábados pela manhã. O formato era música, entrevista, debate e notícias, sempre na perspectiva da promoção cultural, dos saberes e fazeres culturais e também seus agentes e fazedores de cultura.

Expedito
Claudefranklin, Lito e Expedito na Rádio Jubileu

Na última quarta-feira, recebi o convite do escritor José Expedito Souza para participar de seu mais novo projeto: “Expedito, Contos e Memórias”. Programa que vai ao ar nas quartas-feiras pela manhã, das 8 às 9h, pela Rádio Jubileu 105,9, emissora comunitária localizada na Rua Manoel Espírito Santo, 21 A – Bairro Grageru, Aracaju-SE, nas dependências da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, na Igreja do Grageru. Além da transmissão radiofônica, ao vivo e depois disponível no canal do YouTube @RadioJubileuFM.

Nos auxiliando na técnica, o senhor Lito. Na ocasião, conversamos um pouco (na verdade, falei tanto que estourou o tempo do programa – risos) de minha trajetória de vida e também como intelectual e escritor. Antes, Expedito leu uma de suas crônicas presentes em seu livro “Relógio do Tempo”, de 2015. “Expedito, Contos e Memórias” estreou no dia 15 de março, com a participação, via telefone, da poetisa Martha Hora. O próximo convidado é o meu conterrâneo e confrade, o poeta Assuero Cardoso Barbosa.

Foi a primeira vez que, publicamente, apresentei o meu primeiro trabalho como escritor sem ter a consciência de sê-lo: “A Reportagem”. Resultado de uma atividade avaliativa do meu primeiro ano do Ensino Médio, no Colégio Estadual Abelardo Romero Dantas, 1989, provocada pelo professor de Língua Portuguesa, Gilson Alves da Silva: “Eu escrevi sem ter a mínima noção que um dia poderia vir a lançar livros, por exemplo. Penso que ali  estava plantada a sementinha”. Disse aos seus ouvintes, feliz por estar ali, me sentindo plenamente à vontade, diante do microfone e do amigo fraterno, Expedito.

Sobre Expedito Souza, penso que dispensa apresentações. Porém, nunca é demais dizer e confirmar a importância de seu talento literário e sua sensibilidade artística e humana. Aliás, não a primeira vez que lhe dedico algumas palavras (ver “As lentes e as letras de Expedito Souza” – CS, 26 de março de 2021). Natural da cidade de Riachão do Dantas (1944), é economista pela Universidade Federal de Sergipe, tendo atuado na Petrobras e na Escola Técnica de Sergipe. Consagrou-se como escritor, notadamente, pelos sucessos editoriais “Memórias de Aracaju 1” (2012) e “Memórias de Aracaju 2” (2013 e 2017).

Integrante do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho, da Academia Sergipana de Letras, há muito já merece ocupar uma cadeira naquela casa. De sua lavra, sou fã de “Memórias de Aracaju Bodegas”, lançado em 2019, e que me faz recordar de minha infância no Bar e Mercearia São José (entre as ruas Mizael Vieira e Senhor do Bonfim), em Lagarto-SE, de propriedade que foi de meu saudoso pai José Almeida Monteiro. Fato que recordei no programa “Expedito, Contos e Memórias”, que certamente veio para ficar e cujo legado, como tudo que seu mentor faz, deixará grandes lições e fontes para a compreensão e conhecimento da História Cultural e Social de Sergipe.

 

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(*) Professor doutor do Departamento de História da Universidade Federal Sergipe.

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Sobre Claudefranklin Monteiro

Claudefranklin Monteiro Santos
Professor doutor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe.

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