Por Edmar Nogueira da Rocha (*)
Como todos nós, eu cresci, fui educado, aprendi em casa, na escola, na Igreja, no mundo, por todos os lugares onde passei, em todos os livros que li e em todas as experiências às quais vivi, compreendi que é no coração que ficam guardados todos os sentimentos: o amor, a paixão, a compaixão, a ternura, a admiração, a raiva, a ira, o ódio… Enfim, eu aprendi que tudo isso fica bem guardadinho lá dentro… Aprendi que o coração é, realmente, o grande cofre das emoções…
Entretanto, com o passar do tempo, quando me aprofundei no estudo da neurociência e da psicologia, descobri o Coaching e os preceitos da Maçonaria, e fui percebendo que não é no coração que essas coisas ficam guardadas e nem no cérebro, como muita gente pensa. Tudo isso – as emoções – fica guardado e arquivado no nosso DNA, que é um ácido cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos.
Mas isso é o que diz a ciência… Porque de acordo com a história, com o folclore e com a sabedoria popular, é mesmo o coração responsável por gerar e guardar todas as emoções.
Se o povo e o mundo dizem isso, independente do fato de que, cientificamente, não seja comprovado, essa verdade já está guardada em nossas mentes, em nosso DNA e, por consequência, em nossos corações.
Há alguns meses, eu – que pensei ter um coração forte, pois sempre fui adepto aos exercícios físicos e alimentação sadia, sempre tive bom desempenho físico e atlético – nunca imaginei que pudesse, de repente, sem mais nem menos, descobri uma falha no funcionamento desse, que é sim o órgão mais importante de toda a vida animal.
Descobri de repente, fui internado de repente, fui operado de repente e, de repente, acordei sabendo que tinha um coração completamente restaurado e, porque não dizer, novo.
O GADU, Grande Arquiteto do Universo, se encarregou de me colocar no lugar certo, na hora certa e com os médicos certos… E, por tudo, sou grato!
Ele me mostrou os caminhos certos, amigos certos e os irmãos certos… E essa união de pessoas e coisas certas fez com que a minha cirurgia fosse muito bem-sucedida e, consequentemente, o período pós-cirúrgico fosse também espetacular.
Essa experiência, desde a hora em que fui surpreendido com a notícia de que precisaria passar por aquela cirurgia, até a hora em que tive alta médica e saí do hospital, me levou a repensar a vida e entender, definitivamente, que somos finitos, que somos frágeis e que, por conta disso, precisamos uns dos outros… Devemos cuidar um dos outros, dar amor uns aos outros, estender a mão uns aos outros, sem medir esforços, sem pensar em reconhecimento ou retribuição, sem vaidade, sem pompa, sem orgulho, como bem nos ensinam os preceitos da Maçonaria.
Por natureza e por formação – especialmente o magistério, a terapia e o coaching -, eu sempre tive o hábito de dar amor e atenção, de cuidar, de ouvir, de dar o ombro, de dar a mão a todos os meus irmãos, os de sangue e os que encontrei pelo caminho… Mas, agora, depois dessa experiência de ter o coração renovado, dou muito mais importância à faculdade da vida e me preocupo muito mais com cada ser humano que encontro pela frente… Todos esses acontecimentos mudaram sobremaneira o meu jeito de olhar e de viver.
Sou grato e chego a acreditar que o Dr. Wilson Felix, médico responsável pela abertura do meu peito, além de consertar as artérias que precisavam de atenção, também colocou mais algumas generosas porções de amor dentro de mim, sendo assim, por toda experiência vivida e acumulada, e por toda descoberta e aprendizados gerados, sou eternamente grato ao GADU, aos médicos, aos irmãos e ao universo!
E hoje, mais do que nunca, eu sei que o coração é, sem sombra de dúvidas, filosoficamente, o grande cofre das emoções!