segunda-feira, 18/11/2024
O conflito está longe de chegar a um fim Foto: Freepik

Estados Unidos: massacre, bombas e migalhas pelo poder

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Por Valtênio Paes (*)

 

Desde 07.10.2023 quando o Hamas disparou foguetes contra Israel, a população mundial assiste, sem reagir, ao genocídio em Gaza.  Em retaliação, o governo israelense invadiu e matou no território de Gaza mais de 30.000 pessoas. Homens, mulheres e crianças foram assassinados a pretexto de caça aos terroristas. Sem água, casa e comida restam doentes que agonizam impedidos de saírem, comerem e sem água potável numa sentença lenta de morte. Atente-se que o Hamas (Ḥarakat al-Muqāwamah al-ʾIslāmiyyah) é uma organização política e militar palestina de orientação sunita islâmica, que governa a Faixa de Gaza (parte dos territórios palestinos atualmente submetida a bloqueio aéreo, terrestre a marítimo por Israel) não reconhecido como terrorista pela ONU, por isso o Brasil acata a ONU.

Parte da imprensa chama isto de guerra, muitos brasileiros defendem a ação de Israel. Na verdade é genocídio, mas sem a dimensão do Holocausto como dissera Lula. Portanto, não importa o tamanho ou momento. Importa que o crime existe e a agonia dos sobreviventes é escárnio para israelenses e muitos brasileiros e norte-americanos. Pior ainda, o governo norte americano, após todo este massacre, doador e vendedor de armas para Israel, resolve mandar derrubar de avião comida para os famintos restantes.  Ajuda matar, depois manda migalhas para os famintos. Será que numa guerra se agrada gregos e troianos?

“Durante a vida de Jesus, a Palestina era região de passagem de soldados comerciantes, mensageiros diplomatas sendo conquistada pelos Hebreus por volta de 1200 antes de Cristo, que se retiraram para o Egito onde viveram séculos depois. Ficando a região, habitada até os séculos XIX e XX por milhares de pessoas de várias origens. Sob o domínio do império turco, até que em 1948, quando fora criado pela ONU, o Estado de Israel foi separado da Palestina.

A Palestina possui cerca de 4,5 milhões de habitantes, sendo que a maior parte da população é formada por árabes, que praticam a religião islâmica. O território palestino apresenta uma das maiores concentrações populacionais do mundo em um pequeno território. Grande parte da população fora expulsa por Israel que buscava espaço para aumentar seu território. Após se retirar de Gaza e impor o bloqueio, Israel lançou ataques militares contra Gaza: em 2008, 2012, 2014 e 2021. Milhares de palestinos foram mortos, incluindo muitas crianças, e dezenas de milhares de casas, escolas e edifícios de escritórios foram destruídos. Agora a situação se repete a pretexto do ataque terrorista de sete de outubro/23. Judeus e árabes não são “santos” como alguns apaixonados deliram. A situação histórica, cultural, religiosa e geopolítica é determinante.

Os palestinos, após a criação do Estado de Israel, foram forçados a deixar para trás suas casas, propriedades e vidas estabelecidas há gerações. Aqueles que ficaram, vez por outra se organizam em revoltas (Intifada, em árabe) destacando em 1987 a 1993 e 2000 a 2005.  Agora Israel destrói qualquer pessoa que seus soldados encontrem pela frente na busca de espaço com anuência de seu aliado maior e com omissão dos demais países. No Brasil o presidente perde popularidade porque rejeita o ataque israelense. Pasmem, religiosos apoiam Israel. Como é possível apoiar matança de humanos em pleno século XXI tendo como escudo religião?  Destaque-se que no caso americano o interesse é geopolítico no planeta.

Ódio e ganância pelo poder dos norte-americanos desdenham da miséria faminta dos palestinos e nunca justificarão o genocídio contra a população de Gaza. A consciência histórica revelará com detalhes a cruel e estúpida ação dos EUA.

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Sobre Valtenio Paes de Oliveira

Coditiano
(*) Professor, advogado, especialista em educação, doutor em Ciências Jurídicas, autor de A LDBEN Comentada-Redes Editora, Derecho Educacional en el Mercosur- Editorial Dunken e Diálogos em 1970- J Andrade.

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