Por Luiz Thadeu Nunes e Silva (*)
Após uma semana no Porto, a fascinante cidade do norte de Portugal, e a segunda do país, embarquei para a Ilha da Madeira, conhecida mundialmente como a terra do jogador Cristiano Ronaldo.
Há tempos planejava conhecer a Ilha da Madeira. Como ilhéu, nascido na Ilha do Amor, tenho fascínio por ilhas. Já visitei algumas ao redor do mundo: Sheichellys, Ilha de Páscoa, Zanzibar, Ilhas Maurício, Bali, Maldivas, algumas na Oceania, na Nova Zelândia e Austrália, Havaí; além de Vitória e Florianópolis, que juntamente com São Luís são as capitais brasileiras que são ilhas.
Acordei às 6h em um hotel no Porto, desci para o café da manhã; fiz check out. Deixei a mala no hotel, viajei somente com a mochila nas costas. Caminhei apenas duas quadras e desci na estação de metrô de Bolhão. Paguei 2,5 euros e peguei o metrô até o aeroporto. Meia hora depois estava no aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro. Fiz check in e embarquei para Funchal, Ilha da Madeira. No aeroporto peguei um ônibus, paguei 5 euros até o centro da cidade; desembarquei a uma quadra do hotel em que me hospedei por dois dias. O motorista do ônibus se comunicava em português, espanhol e inglês.
Como sabem ando com muletas, e todas essas coisas facilitam a vida de quem tem mobilidade reduzida.
Antes que algum incauto me chame de deslumbrado por narrar tais fatos, digo que não tenho deslumbramento com as coisas belas que vejo em minhas andanças pelo mundo. Apenas as admiro, e sei que tudo foi fruto de construção dos que ali moram. Narro esses fatos para mostrar como devemos evoluir em nosso país. Como estamos atrasados em comparação com o primeiro mundo. Precisamos avançar.
Durante dois dias visitei Funchal, uma cidade linda e surpreendente. Limpa, com seu casario de séculos passados bem conservado, cheia de turistas, Funchal é uma torre de Babel com pessoas do mundo todo e com diferentes idiomas. Vi grupos de alemãs, ingleses, italianos, franceses, americanos e orientais; em grande parte, idosos, a contemplarem as belezas desta ilha vulcânica, localizada no Oceano Atlântico. Desde menino queria visitar a Ilha da Madeira, que já conhecia dos livros. É na Madeira que sai a cortiça onde são confeccionadas as rolhas dos vinhos portugueses. Na estadia em Funchal fui entrevistado pelo canal de TV RTP, onde falei de minhas andanças pelo mundo e do livro “Das muletas fiz asas” que lançarei na próxima sexta-feira, 24/05, no Clube Fenianos, em Porto.
Como sempre faço em minhas andanças pelo mundo, estou sentado em um café no centro de Funchal, em um final de tarde ameno, a observar o frenesi das pessoas a retornarem para suas casas após mais um dia de trabalho, e aproveito para escrever a crônica. Peço mais um pingado com pastel de nata e um pedaço de bolo de coco, uma iguaria deste lugar especial que desejo voltar com mais calma. Estar em diferentes lugares do mundo é um privilégio, que em pensamentos, agradeço ao Criador, a oportunidade de conhecer esse mundão que ele fez.
Como disse Mário Quintana, com sua simplicidade certeira, “Viajar é renovar a roupa da alma”. Embarco de volta para o Porto de alma renovada.