Por Valtênio Paes de Oliveira (*)
Não existe regramento que perdure para estar no poder. Vale mesmo o “fale bem ou mal, mas falem e me sigam”. Não existe pudor ideológico ou administrativo, navegar no caos é prazeroso desde que me beneficie. É assim sua gestão.
Travessura para criança, estripulias para o adulto, fato é que o atual presidente dos EUA, Donald Trump, vem pondo em prática seu cardápio de maldades contra países e imigrantes ensejando confusão diplomática, crise humanitária e enfraquecimento da ordem diplomática mundial. Posa com as pessoas mais ricas do planeta, no qual o interesse é somente lucro em detrimento da redução da miséria social.
Cruelmente, um deles toma posse fazendo gesto nazifascista. Contraditoriamente, há brasileiros que idolatram o presidente dos EUA, aceitam a deportação humilhante como certa. Tal gesto de idolatria a um presidente portador de um mosaico de condutas beneficiadoras aos respectivos interesses materiais, contradita até discursos conservadores. Agindo por interesse pessoal e temendo o enfraquecimento do dólar criou sua própria moeda.
Dentre tantas polêmicas, a medida de perdão para Ross Ulbricht, condenado à prisão perpétua por vários crimes, dentre eles por traficar venda de drogas ilícitas pela internet, prova a desconexão do discurso com a prática de um chefe de Estado. Retorno obrigatório de empregados federais ao trabalho presencial em tempo integral, expulsão de imigrantes e a saída dos EUA do Acordo Climático de Paris confirmam a repressão ao social e o ataque à natureza.
Pratica chantagem diplomática acusando, desistindo para forçar negociação; com a China, por exemplo . Esbraveja, depois admite acordo cuja meta principal é levar vantagem comercial. Morde e sopra para tirar proveito. É imprevisível ideologicamente contrariando o argumento vencido de “esquerda e direita”.
Ao promover estripulias políticas, chantagens diplomáticas e contradições ideológicas fomenta o caos. Quebra quaisquer paradigmas diplomáticos e geopolíticos nos últimos tempos. Seguidores e opositores estão aturdidos.
Certo mesmo é que, as relações políticas mundiais não serão as mesmas. Estamos em ebulição política e social. O ideológico histórico está morrendo pela ausência de novos conceitos e adequações atualizadas. ONU, OTAN estão aturdidos com a possibilidade desta nova desordem. A reflexão propositiva convoca professores, pesquisadores, sociólogos e filósofos para explicação. Estão devendo a construção de novos caminhos de pensamento para ajudarem colocar ordem no caos.
Ditaduras ou governos personalistas não podem alimentar a construção do caos. A verdade e a construção de uma ética planetária inclusiva devem prevalecer para o bem da humanidade. Precisa-se mesmo de uma ética fundada no coletivo para que possamos incluir milhões de miseráveis, reduzir a desigualdade social na construção de um planeta solidário.