domingo, 09/03/2025
A simbologia maçônica é muito forte

Religião e Maçonaria – Parte I

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Rivaldo Frias dos Santos (*)

 

“O conflito é congênito à natureza humana”Angel Aguardb

Nós maçons, pela nossa natureza libertária e, sobretudo, racional, estaríamos em conflito com as ortodoxias científicas, filosóficas e mais acentuadamente religiosas?

Usando uma premissa de Serge Hutin (As Sociedades Secretas): “Os objetivos da Franco-Maçonaria é o construtivismo (O. Wirth), a reconstrução simbólica do Templo de Jerusalém, isto é, a construção de uma sociedade conforme os princípios racionais, de modo a assegurar à Humanidade o seu perfeito desenvolvimento”.

Tais considerações nos conduzem a uma finalidade utópica: a da perfeição da humanidade e consequentemente de seus formadores: os homens.

Entretanto, em nosso século, temos assistido à selvageria dos nazi-facistas, dos expurgos comunistas, às atuais lutas fratricidas na Europa central, aos extermínios tribais na África e às veladas ameaças de guerra nuclear entre a Índia e o Paquistão, ao conflito interminável entre a Rússia e a Ucrânia, à matança desenfreada entre o Estado de Israel e a Palestina, liderada pelo grupo terrorista conhecido como Hamas.

O “porquê” dessa violência?

Somente a poderíamos explicar pela ortodoxia em vários aspectos: a crença na supremacia racial, na propriedade territorial e na verdadeira religião revelada.

Fiquemos com as religiões reveladas, baseadas na existência de um missionário que ora falou com o próprio Deus, ora com seus emissários angélicos ou espirituais, cujos ensinamentos estão descritos em suas Sagradas Escrituras.

Citemos o exemplo da Bíblia que, segundo a exegese linguística, arqueológica e histórica atual, teve seu início nos anos 1300 a.E.C. e terminada no segundo século depois da era cristã, sendo, na realidade, uma síntese das lendas e histórias dos povos com os quais os hebreus conviveram em todo o Oriente Médio.

Também, não nos esqueçamos das conquistas da moderna psiquiatria em bioquímica cerebral, explicando as causas das patologias mentais como os delírios e alucinações, bem como da paranóia, da mitomania e dos inúmeros distúrbios da personalidade humana denominados pela antiga psiquiatria alemã de psicopatias.

Numa pesquisa estatística sobre transtornos mentais em Nova Iorque, concluiu-se que oitenta por cento de seus habitantes eram portadores de problemas mentais dos mais simples aos mais complexos.

Possivelmente esteja nesses transtornos a origem da violência humana, agravada pelos medos ancestrais, conforme descreve George Duby (Ano 1000 a ano 2000 na pista de nossos medos), e cita-os: da miséria, do outro, das epidemias, da violência e do além.

Entre as causas da irracionalidade humana está o medo, e principalmente o do outro mundo: “Mais do que a morte, nossos ancestrais temiam o Juízo Final, a punição do além e os suplícios do inferno. Um medo invisível sempre presente, bem implantado no âmago do homem de hoje, que vacila perante o sentimento de impotência em face de seu destino”. (George Duby).

Essa foi herança religiosa do homem moderno trazendo toda uma gama de comportamentos antissociais disfarçados sutilmente sob as formas de teologias de redenção pelo cumprimento de rituais de salvação, ou de seguir um certo livro sagrado e seus propagadores.

Eis as causas dos conflitos entre a verdadeira Maçonaria de liberdade de pensamento, de racionalidade em considerar todos como irmãos e constituírem uma só humanidade.

Entretanto a Maçonaria ortodoxa criou os hereges e os infiéis, segundo os seculares preconceitos religiosos da intolerância.

Temos de ser tolerantes para sermos fraternos. Temos de ser fraternos para sermos fortes. Temos de ser fortes, para podermos realizar nossa finalidade: o amor incondicional.

 

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Referências Bibliográficas:

www.128.grp.scd.yahoo.com uncompressed Sun Jan 30.12.24.

Buchel, Jules – A simbologia Maçoniça – 1996.

G∴ L∴ de Ch ∴ Manual de G∴ de M∴ – 1970.

 

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Sobre Rivaldo Frias

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Rivaldo Frias é bacharel em Direito, mestre maçom e deputado estadual pela Loja Lealdade Cotinguibense, em Aracaju.

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