Por Juliano César Souto (*)
O número 40 tem um forte simbolismo religioso e espiritual, especialmente no Cristianismo e no Judaísmo. Ele representa um período de provação, preparação e transformação, preparando as pessoas para um novo começo.
Na Bíblia, esse número aparece em momentos-chave da história da salvação, sempre associado à purificação e à renovação da fé. Assim também, a Quaresma nos convida a uma jornada interior de superação e crescimento espiritual.
O Significado do Número 40 na Bíblia
- Quaresma – Período de 40 dias antes da Páscoa, começando na Quarta-feira de Cinzas e terminando no Domingo de Ramos.
- Jesus no deserto – Jesus passou 40 dias em jejum e oração, sendo tentado pelo diabo antes de iniciar seu ministério público (Mateus 4:1-11).
- Dilúvio de Noé – A chuva do dilúvio durou 40 dias e 40 noites, simbolizando purificação e renovação (Gênesis 7:12).
- Moisés no Monte Sinai – Moisés ficou 40 dias e 40 noites no Monte Sinai antes de receber os Dez Mandamentos (Êxodo 24:18).
- Os 40 anos no deserto – O povo de Israel peregrinou 40 anos pelo deserto antes de entrar na Terra Prometida, como um tempo de provação e aprendizado (Números 14:33-34).
- A ressurreição de Jesus – Após ressuscitar, Jesus permaneceu 40 dias aparecendo a seus discípulos antes de subir ao céu (Atos 1:3).
As Tentações no Deserto: O Evangelho do 1º Domingo da Quaresma
Como de costume neste domingo, tive o privilégio de ouvir, via WhatsApp, a homilia do padre Valtervan Correia Cruz, atual Vigário-Geral da Arquidiocese de Aracaju, a quem acompanho desde os tempos da Paróquia São Pedro e São Paulo.
No Evangelho do 1º Domingo da Quaresma, vemos que Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito Santo e ali passou 40 dias de jejum e provação, sendo tentado pelo diabo.
Cada tentação simboliza desafios que também enfrentamos:
- A fome e a transformação da pedra em pão → A tentação do materialismo e da busca por satisfações imediatas.
- O poder sobre os reinos do mundo → A tentação do orgulho, da vaidade e do desejo de controle.
- O desafio de se lançar do alto do templo para que os anjos o amparassem → A tentação de testar Deus, buscando sinais e seguranças externas em vez de confiar verdadeiramente n’Ele.
Jesus vence essas tentações não pelo próprio esforço humano, mas pela força da Palavra de Deus, nos ensinando que a verdadeira vitória sobre as dificuldades da vida vem da fé, da perseverança e da fidelidade ao Pai.
O Bom Combate: A Maior Luta é Contra Nós Mesmos
Refletindo sobre essa passagem do Evangelho, lembrei-me de ensinamentos que guardo como guias para a vida. Eles me ajudaram a compreender que o verdadeiro desafio da Quaresma não está apenas na renúncia, mas na batalha interior que todos enfrentamos.
A Luta de São Paulo
São Paulo nos ensina que a vida exige coragem, resistência e fé:
“Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” (2 Timóteo 4:7)
O bom combate da vida não é apenas contra adversidades externas, mas, sobretudo, contra nossos próprios medos, inseguranças e tentações.
A Reflexão do Vinho El Enemigo
Como nos lembra Alejandro Vigil, enólogo, no rótulo do vinho El Enemigo:
“No final do caminho, você só lembra de uma batalha: aquela que travou consigo mesmo, o verdadeiro inimigo que o tornou único.”
A maior luta da vida não está no mundo exterior, mas dentro de nós mesmos. Somos chamados a vencer nossas fraquezas e nos transformar.
As Crises Como Caminho para Deus
O Papa Francisco nos ensina que as crises fazem parte da nossa caminhada e são oportunidades para crescimento espiritual e reconexão com Deus:
“Não devemos temer as crises da vida e da fé: as crises despertam a nossa necessidade de Deus e permitem-nos assim regressar ao Senhor, experimentar novamente o seu amor.”
Assim como Jesus enfrentou suas provações no deserto antes de iniciar sua missão, também nós passamos por momentos de deserto espiritual — dificuldades, perdas, incertezas —, mas esses períodos são essenciais para fortalecermos nossa fé e nos aproximarmos mais de Deus.
O Verdadeiro Jejum: Superação e Transformação Interior
O Papa Francisco também nos propõe um jejum que vai além da alimentação, um caminho de superação das tentações diárias:
- Jejum de palavras negativas → falar com bondade.
- Jejum de descontentamento → cultivar gratidão.
- Jejum de raiva → buscar mansidão e paciência.
- Jejum de pessimismo → encher-se de esperança e otimismo.
A Vida Como Um Presente: Criar e Ser Feliz
Raymundo Juliano reconhece que a vida é feita de relações, oportunidades e desafios, e que, no final, o que realmente importa não são as conquistas materiais, mas a forma como vivemos essa jornada. Sua visão nos ensina que cada provação pode ser um degrau para o crescimento, desde que tenhamos a humildade de aprender com cada experiência.
Sua frase resume com simplicidade e profundidade o verdadeiro propósito da vida:
“A vida nos foi dada para que a gente crie e seja feliz.”
Esse ensinamento se conecta diretamente à Quaresma, que nos convida a refletir sobre como estamos conduzindo nossa caminhada: estamos apenas sobrevivendo ou realmente criando algo que deixe um legado?
Conclusão: Guardar a Fé e Criar um Legado de Luz
Ao final da jornada, o que realmente importa não são os bens materiais ou o status, mas o legado de fé e amor que deixamos.
A Quaresma nos convida a refletir: estamos apenas evitando o pecado ou realmente buscando uma transformação interior?
Que possamos viver esse período com o coração aberto, reconhecendo que as dificuldades fazem parte do caminho, mas que a verdadeira vitória vem da superação interior e da confiança em Deus.
Nota sobre a IA
O autor utilizou a ferramenta IA GPT-4.0 para organizar a estrutura do texto, revisar a ortografia e gerar gráficos, sempre a partir da interação e direcionamento do autor. Todas as ideias, mensagens e reflexões foram inseridas e conduzidas pelo autor, com a IA atuando como um apoio técnico para otimização da escrita.