Por Charles G. Albuquerque (*)
A causa da calvície masculina
A perda de cabelo masculina, cientificamente chamada de alopecia androgenética ou, simplesmente, de calvície masculina, é determinada geneticamente. Isso mesmo. É muito fácil compreendê-la e aceitá-la quando vários membros da família já são calvos. Entretanto, ainda que seu pai, seus tios e seu avô paternos não sejam calvos, você pode se tornar calvo se sua mãe possuir um gene recessivo para calvície (ela, também, não vai apresentar calvície com um gene). Se esse gene materno lhe for transmitido, você apresentará a calvície isolada na família. Isso também pode fazer com que você tenha maior dificuldade de aceitar, afinal, ser diferente da tribo não é tarefa fácil para todo guerreiro.
Pelo exemplo acima é fácil compreender porque é mais frequente ver homens calvos do que mulheres calvas e, também, porque alguém pode nascer com calvície numa família onde não há calvos: se uma mulher é portadora de apenas um gene da calvície (gene recessivo) ela não apresenta a calvície, entretanto se um dos filhos (sexo masculino) herdar esse gene, ele vai apresentar a calvície, pois para ser cabeludo, o homem precisa de dois genes dominantes enquanto a mulher só precisa de um gene dominante.
A calvície masculina tem tratamento?
Como foi mostrado acima, a calvície masculina é um problema genético e, até o presente momento, não há qualquer tratamento capaz de mudar essa genética. Ou seja, não há um tratamento medicamentoso para “curar a calvície. Não há remédio que seja capaz de fazer aqueles fios de cabelo, geneticamente programados para caírem, desistirem definitivamente dessa sina.
Entretanto, nem tudo está perdido. A primeira coisa que você precisa saber é: nem toda queda de cabelo é genética.
Antes de tudo procure um médico para saber se sua queda de cabelo é androgenética ou se é secundária a outros fatores, principalmente, quando você não tem um claro padrão genético familiar.
Segunda, os remédios não mudam a genética, mas podem alterar ou bloquear as respostas orgânicas (determinadas geneticamente) que levam a miniaturização e perda dos folículos pilosos e, como isso, podem retardar a calvície e ainda o volume final de fios perdidos.
Quando se inicia a calvície masculina?
Do ponto de vista teórico, a calvície começa com mais intensidade quando os hormônios sexuais começam a ser produzidos, logo, o homem com genética para calvície vai começar a apresentar perda de volume dos cabelos a partir dos 14 ou 15 anos, e assim será até que se complete a expressão final da sua calvície entre os 60 e 70 anos de idade.
Quando deve ser iniciado o tratamento da calvície?
Teoricamente o tratamento da calvície deveria se iniciar no início da adolescência, entretanto, não há segurança farmacológica para isso, pois o tratamento da calvície poderia trazer prejuízos para o desenvolvimento puberal e, ainda, provocar efeitos colaterais, a longo prazo, que não foram estudados em crianças. Logo, para retardar a calvície, os tratamentos medicamentosos conservadores, de uso tópico ou sistêmico, devem ser iniciados o mais cedo possível, a partir dos 18 ou 20 anos de idade.
Lembre-se que alguns tratamentos sistêmicos são proibidos para homens que estão pretendendo engravidar suas parceiras e podem ainda trazer prejuízo para aqueles que não definiram sua prole. Por isso, se vai iniciar tratamento precoce para calvície, converse com seu médico para que ele prescreva o tratamento mais adequado ao seu caso.
Até quando deve ser mantido o tratamento?
Os tratamentos tópicos e sistêmicos para calvície devem ser de uso contínuo até que você não se incomode mais com as perdas de fios, pois, como foi dito acima, as medicações não mudam a genética, apenas interrompem a queda por bloqueio dos mecanismos orgânicos que levam a perda dos fios. Quando a medicação é suspensa, os cabelos retomam o processo de queda. Entretanto, durante os anos de tratamento é possível paradas de poucos meses, 1 a 2 meses sem tratamento, e retomadas regulares.
Qual o tratamento mais eficiente para a calvície masculina?
Sem dúvidas, hoje em dia, o tratamento mais eficiente que pode resolver definitivamente a calvície é o transplante capilar. Na genética da calvície, nem todos os pelos estão programados para caírem. Normalmente, os pelos da nuca e da lateral da cabeça não possuem os receptores celulares que levam a captação excessiva dos hormônios nem possuem excesso da enzima que convertem esses hormônios (a 5-alfa-redutase) que fazem o cabelo cair, logo, eles não sofrem o prejuízo dos genes recessivos. No transplante capilar, o médico irá retirar esses pelos e reimplantar nas áreas calvas.
Lembre-se que o sucesso desse tratamento depende da habilidade do médico, da técnica utilizada e da quantidade de fios reimplantados, por isso, se você pretende fazer um implante capilar, não se aventure com amadores, busque um profissional referenciado por seus resultados anteriores.
E para finalizar, a calvície não é um problema real para muita gente. Na verdade, os problemas estéticos são de fórum íntimo e não têm a ver com a verdade dos fatos. Você precisa simplesmente buscar sua paz com o espelho, você precisa acordar pela manhã, olhar no espelho, abrir um sorriso e poder dizer para si:
“eu tô legal! E mais uma vez eu me amo do jeito que estou!”
Se você precisa de cabelos ou precisa retirar as rugas para conseguir dizer isso, que o faça… mas, se conseguir isso com sua bela careca e suas lindas marcas do tempo: siga sorrindo que você tá bem demais!
Espero que você tenha gostado e tire o melhor proveito dessas informações. Afinal, viver à
flor da pele não é uma opção, é uma condição, cabeludo ou não!
“Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porquanto me
envaidecem…” (Trecho de O Dote de Letícia – Pág. 298)
Um grande abraço.