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A Permacultura no Brasil

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Iginio Rivero Moreno (*)

A visita do Bill Mollison, um dos australianos criadores do conceito amplo da permacultura na década de 70, do século XX, vindo nos anos 80, do mesmo século, ao Brasil, trouxe uma influência que estimulou a conformação de iniciativas que hoje se encontram materializadas em projetos como o Instituto RAMA no Rio Grande do Sul, além dos grupos urbanos e rurais em São Paulo, ou o Instituto PINDORAMA no Rio de Janeiro.

Leia também: Será que os brasileiros, em geral, têm alguma ideia ou sabem com certeza o que é a Permacultura?

Essas organizações são referências internacionais de uma proposta radicalmente oposta ao indicador internacional do Brasil, como um dos países mais poluentes e com alto uso de agrotóxicos.

É interessante destacar que não teria que ser visto como uma concorrência em termos competitivos radicais, preto ou branco. Não é um debate se a produção mono-extensiva de alimentos mundial terá que ser substituída pela Permacultura. Acho absurdo refletir nesses termos.

Creio que temos que fazer uma análise da realidade em termos responsáveis de até onde vai um sistema baseado no envenenamento indiscriminado do solo, das águas, do ar, e consequentemente dos alimentos que consumimos para produzir em quantidades que consigam satisfazer a demanda mundial e represente um sacrifício da nossa própria vida ao colocar a vida ecológica do planeta em risco mortal.

Fármacos: em crescimento

Temos uma produção alimentar para satisfazer e até superar a demanda da população mundial, mas possuímos ao mesmo tempo um problema grave de FOME no planeta. Temos alimentos processados pela grande e moderna indústria que gera mais prejuízos à saúde que benefícios, e por causa do alto consumo desses alimentos há uma grande estatística mundial de obesidade mórbida, diabetes, câncer, infartos…

Vemos uma crescente indústria dos fármacos e os serviços médicos para atender uma série de doenças produzidas pela alimentação errada, que consegue “qualidade de vida” alongando a faixa etária das pessoas, dependendo de um kit de fármacos e mantendo um sistema de serviços de saúde cada vez mais mecanizado, desumanizado, que vê as pessoas como simples clientes, máquinas com vida e não como seres humanos.

          Continuaremos…

(*) Poeta e artesão venezuelano. Licenciado em Educação, especializado em Desenvolvimento Cultural pela Universidade “Simón Rodríguez”, Venezuela.

** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a).  Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.

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Iginio Rivero Moreno

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