quinta-feira, 21/11/2024

A política é a higiene dos povos moralmente sadios!

Compartilhe:
Economia Herética/ Emerson Sousa

O título deste artigo é retirado de um dos livros da coleção didática da língua portuguesa Reflexão e Ação, de autoria da professora Marilda Prates, lançada no âmbito do processo de Redemocratização, e foi cunhado pelo jurista baiano Rui Barbosa (1849-1923) no texto denominado Política e Politicalha.

Ele serve para sintetizar o esforço da Economia Herética que dá início a uma série de artigos que, daqui até a semana das eleições municipais, discutirá como as decisões políticas afetam a vida das pessoas e de como elas aprimoraram os níveis de bem-estar geral dos brasileiros.

O objetivo é  mostrar que ainda é mais do que válido o verso do teatrólogo alemão Bertolt Brecht (1898-1956), no famoso poema O Analfabeto Político, que diz que da “… ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.

A ideia central é a de que o principal fator de modificação do viver das pessoas não é o esforço individual, a religião ou o acaso, mas a Política. Sem decisões e ações coletivamente definidas, o ser humano estaria pouco à frente do estado selvagem. Sim, aceita que dói menos: foi a Política que proporcionou ao ser humano se distanciar dos animais.

Foi a política e os seus agentes, os políticos, que proporcionaram o aumento da expectativa de vida, o aprimoramento das comunicações, a ampliação das velocidades de transporte, o controle das doenças, a expansão dos níveis de escolaridade, a redução da jornada de trabalho, entre outras conquistas. Entenda, sem decisões políticas, os demais feitos sociais não ganhariam capilaridade e alcance.

Claro que a emancipação humana é um desiderato distante, mas já fomos piores, muito piores!

No Brasil, há apenas três décadas, uma aposentadoria poderia ser inferior ao salário mínimo; há quase 40 anos, não poderíamos escolher nossos governadores; há pouco menos de meio século, uma mulher não tinha o direito legal de se divorciar de um relacionamento abusivo; e há quase 60 anos, 2 em cada 5 brasileiros adultos eram analfabetos.

Por sinal, o avanço nesse mosaico só é possível com mais participação política. Isso porque as instâncias deliberativas, geralmente incrustadas na estrutura estatal, somente vão se movimentar se elas souberem exatamente quais as vontades manifestas da Sociedade. É isso que o Dr. Reginaldo Santos e a Dra. Elizabeth Ribeiro chamam de Administração Política.

Logo, para os problemas da Política somente se encontra as soluções com mais Política. Retornando a Brecht, sem a massiva participação Política das sociedades, o “político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo” prolifera.

Participe da Política porque é por meio de sua expressão democrática que um povo consegue se educar, ter mais saúde, viver seguro, em suma, estabelecer-se com dignidade. E nos tempos atuais, quando uma parcela considerável da população brasileira se organiza para destruir tudo isso, cabe à civilidade barrar esse projeto.

Afinal, é preciso ter em mente que é praticamente impossível um povo se desenvolver sem uma respeitável estrutura de proteção social e sem algum nível de serviços públicos universais, gratuitos e de qualidade.

Duvida? Olhe para a Europa e para o Japão!

Logo, os parcos avanços obtidos pelo Brasil no século passado precisam ser defendidos para, logo em seguida, serem ampliados e isso só vai ser possível se você participar politicamente. E, nesse sentido, a Economia Herética vai procurar te dar os subsídios necessários para essa reflexão.

Tudo isso para que você jamais se esqueça de que o “…pior analfabeto é o analfabeto Político!”.

(*) Emerson Sousa é Mestre em Economia e Doutor em Administração

** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do autor.  Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.

Compartilhe:

Sobre Emerson Sousa

Economista Emerson Sousa
Doutor em Administração pelo NPGA/UFBA e mestre em Economia pelo NUPEC/UFS

Leia Também

Trabalho

Os impactos dos problemas de comunicação nas empresas

  Por Diego da Costa (*)   Você já parou para pensar que a maioria …

WhatsApp chat