O senador Major Olímpio (PSL-SP) em entrevista à imprensa, manifestou que “se houvesse cidadãos armados no interior da escola, como professores, a tragédia seria minimizada…” Já especialistas em segurança pública ouvidos pelo UOL, afirmam que, caso Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, tivessem acesso a mais armas, a tragédia seria maior. “O fato de só um ter um revólver, mostra a dificuldade que eles [os assassinos] têm de acessar armamento”.
“Em números absolutos, o Brasil tem o sexto maior arsenal de armas do mundo nas mãos de civis. A constatação faz parte de um dos principais levantamentos realizados sobre a quantidade de armas leves em todo o mundo, elaborado pela entidade Small Arms Survey, com sede em Genebra” segundo Jamil Chade publicou no UOL também, em 14/03/2019.
Desperta curiosidade como um senador da República, ao abordar uma tragédia numa escola de seu estado, o faz remetendo a solução de violência no interior da mesma para o uso de armas por professores. Ao que parece, ele confunde o que é péssimo, pedagogia inerente à escola, com guerra, possibilidade de atuação de militares como ele. Lamenta-se que o senhor senador não tenha se debruçado sobre as deficiências do respectivo sistema escolar e sugerido, criativamente, soluções.
Pedagogia trata de técnicas, princípios, métodos e estratégias da educação e do ensino, implicando em apoio, dedicação, compartilhamento de conhecimentos, diálogo, estimulo à prática do saber, etc. Armamentos servem para ferir, matar, atacar, defender, portanto são incompatíveis enquanto significação e utilização na sociedade. Pior ainda na escola. Precisamos de melhores recursos didáticos, técnicas inovadoras, melhores condições de trabalho, salários dignos, currículos atualizados, integração com a família e sociedade. Armamento jamais foi, é ou será material didático numa instituição regular de ensino.
Merece aprofundar o estudo das causas do horrendo crime para depois serenamente propor soluções, jamais usar a grife do cargo para promover interesses comerciais quando se sabe que especialistas preveem a triplicação do número de armas no Brasil em quatro anos. Com certeza que os donos das indústrias armamentistas agradecem e os educadores continuarão protestando.
Donos de indústrias bélicas agradecem ao senador e seus seguidores porque vão elevar seus lucros enquanto o povo continuará morrendo sendo iludido por líderes políticos que, sem propostas para os serviços públicos, apegam-se a discursos estelionatários, reforçando o desespero da população atônita com o crescimento da prática de violência. A escola jamais precisará de armas nas mãos de seus educadores porque a arma do profissional de educação está na cabeça para semear o saber.
(*) Valtênio Paes de Oliveira é professor, advogado, especialista em educação, doutor em Ciências Jurídicas, autor de A LDBEN Comentada -Redes Editora, Derecho Educacional en el Mercosur- Editorial Dunken e Diálogos em 1970- J Andrade.
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