Minuto do Vinho

A trajetória da vinícola da família Latour na Borgonha

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Por Silvio Farias (*)

 

A família Latour se dedica à viticultura desde o século XVII (mesmo antes da fundação da vinícola) e vem construindo, geração após geração, um Domaine singular na Borgonha, que soma hoje 48 hectares.

O Domaine Louis Latour é o maior proprietário de vinhedos da Côte d’Or classificados como Grand Cru, com um total de quase 30 hectares.

Formalmente fundada em 1797, a Louis Latour é uma empresa familiar com uma história consolidada, que construiu sua reputação com base no equilíbrio entre tradição e inovação e se tornou reconhecida internacionalmente pela qualidade dos seus brancos e tintos.

As uvas produzidas nos vinhedos próprios do Domaine Louis Latour são vinificadas na histórica adega construída em 1834 no Château Corton Grancey, em Aloxe-Corton.

Trata-se da primeira adega planejada construída na França e a mais antiga ainda em operação.

Mais de 200 anos de história, a trajetória da vinícola Louis Latour está intimamente associada à da Cote D’Or, na Borgonha, senão a mais celebre região produtora de vinhos do mundo.

Produzindo 130 rótulos todo ano, a maison localizada no leste da França detém a maior extensão de vinhedos grands crus da Borgonha, elaborados de climat (parcelas de território) que se destacam pela qualidade de suas uvas.

São 48 hectares de vinhedos, incluindo 28 hectares de grands crus, entre Chambertin ao norte e Chevalier-Montrachet ao sul.

Os brancos são elaborados apenas a partir de uvas Chardonnay, já para os tintos são usadas Pinot Noir, castas icônicas da Borgonha.

Sofisticados e elegantes são os adjetivos mais comumente usados para descrever os vinhos da Borgonha.

Distribuída em níveis no interior de uma suave colina, a adega é composta por um sistema que permite ao processo de vinificação o uso da força da gravidade para movimentar uvas, mostos e vinhos eliminando, assim, a agressividade e eventual oxidação decorrente de bombeamentos.

A Louis Latour foi uma das pioneiras na produção de vinhos de qualidade a partir das uvas Chardonnay e Pinot Noir fora das fronteiras da Borgonha.

Seus Pinot Noir produzidos nas colinas da Provence em Côteaux du Verdon (desde 1989) vêm conquistando crescente prestígio e mercados pela excelente qualidade, raramente encontrada fora da Borgonha.

Mais recentemente, em 2012 a Louis Latour, seguindo seu caminho visionário, descobriu e investiu em um outro promissor e excitante terroir para a produção de Pinot Noir.

Trata-se da região chamada Pierres Dorées (pedras douradas), localizada no sul de Beaujolais e formada por suaves colinas e solos de argila e pedra calcária.

São diversos os tipos de barricas de madeira, mas para a produção de vinhos o carvalho é o material nobre mais usado na maturação da bebida.

Durante esse processo de amadurecimento, a barrica de carvalho pode potencializar a identidade do vinho e proporcionar trocas sensoriais ricas.

A empresa é também a única a ter tanoaria própria na Borgonha.

São feitos cerca de 3.000 tonéis de carvalho francês por ano, metade dos quais para produção própria e o restante para o mundo inteiro.

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Silvio Farias

Silvio Farias é sommelier pela Associação Brasileira de Sommelier, tem mais de 20 anos de experiência em serviços de excelência como maitre e sommelier. Pós graduado em Enogastronomia. Somellier do Grupo Fasouto.

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