Por Valtênio Paes (*)
Em nosso último escrito neste site tentamos responder à pergunta: “Donald Trump contradição ou infidelidade ao capitalismo?”. Dias depois voltamos ao tema economia e política com o maior fato histórico da reorganização dos blocos econômicos: o acordo econômico entre Mercosul e União Europeia assinado na primeira semana de dezembro de 2024. Enfraquecimento dos EUA, da ONU, fortalecimento da China e da Índia, invasão da Ucrânia, extermínio do povo da faixa de Gaza, queda da ditadura da Síria, potencialização da diplomacia brasileira no cenário mundial, dentre tantos outros fatos, impõem a necessidade de se visualizar uma nova ordem mundial. Com certeza, desgarrada da polarização de meados do século XX.
Sem dúvida que é o maior acordo do planeta, entre blocos econômicos, envolvendo 27 países da Europa e Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela e membros associados: Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador, observadores dentre outros.
Não serão somente flores para todas as partes, tão pouco será efetivado totalmente de um dia para o outro. Ainda falta apreciação dos respectivos parlamentos. Durou mais de 25 anos para ser assinado. Colonizadores e explorados históricos agora conseguem pactuar produção, compra e venda, de igual por igual, após 500 anos.
Não foi de graça, mas necessidades de uma nova era se impusera, ante a vencida historicamente, bipolarização direitaXesquerda, do século passado. Fato é que, estamos na rota de mudanças econômicas e políticas. Enquanto Trump diz que fechará os EUA com tarifas aos produtos importados por americanos, países da Europa e da América do Sul assinam acordo de livre comércio.
Tal acordo prevê redução de tarifas de importação podendo ser imediata ou gradual em 15 anos. Pode atingir 91% de bens que o Brasil importa da Europa e 95% de bens que os europeus importam do nosso país. Diálogo político, cooperação e livre comércio entre os blocos poderão ser propulsores de uma nova ordem geopolítica mundial
Delineia-se o isolamento dos EUA e o aparecimento de uma nova ordem mundial. As próximas décadas dirão. Esperemos a história como senhora da avaliação. O fato é retumbante. Salvo melhor juízo!