domingo, 17/11/2024
Teve aglomeração na frente da loja desde as primeiras horas da manhã

Aglomeração faz empresário desistir de descarte de sapatos; os 350 pares irão para uma instituição de caridade

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Devido à grande aglomeração que se formou em frente ao estabelecimento, o empresário do setor calçadista, Edmundo Xavier desistiu de descartar 350 pares de sapatos, que estava previsto para hoje, 23, pela manhã.  Antes das sete horas da manhã, horário previsto para o descarte, já havia muitas pessoas no local e foi necessário solicitar o apoio da Polícia Militar (PM). Agora, Edmundo vai buscar uma instituição de caridade para entregar a mercadoria avaliada em R$ 40 mil.

Edmundo e a equipe de funcionários tentaram descartar alguns pares de sapatos, mas isso gerou tumulto. Ele afirmou que a intenção não era provocar aglomerações, mas isso foi inevitável, já que a população ficou sabendo que haveria o descarte dos sapatos. Com o apoio da PM, as pessoas foram dispersadas e o empresário desistiu do ato. Com a loja fechada há quatro meses, muitos pares de sapatos mofaram, por isso não estão aptos para a venda.

“Perdi minha vida”

Edmundo Xavier: “perdi minha vida, literalmente”

Para o empresário, “não é somente a sua categoria que está em desespero, mas toda a população, pois muitas destas pessoas que estão aqui não estão podendo trabalhar”. Segundo ele, “muito amigos estão sendo despejados do seu ponto comercial, passando necessidades porque não podem vender”. Edmundo garante que não é contra o isolamento social, “mas sou contra a forma, quase irresponsável, como está sendo conduzida. Vários estados abriram o comércio. Se nós temos máscara, álcool em gel, se temos distanciamento, entrando uma pessoa por vez, na loja, isso vai prejudicar em quê? Se o álcool protege,  a máscara protege, para que fechar o comércio se vamos usar tudo isso? Se não protege, para que usar?”, questiona.

 “A pior situação que vejo hoje é estar acostumado a trabalhar todos os dias e à noite fazer meus pagamentos e ter uma vida. Eu perdi minha vida, literalmente. Hoje eu fico em casa ocioso, vejo minhas contas vencendo, na iminência de demitir funcionários, que jamais quero isso. A situação ficou crítica. Chegou o momento de liberar o comércio, pois vai ter mais problema para nós”, desabafou.

Tristeza

O vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Robson Pereira, disse que “vê com muita tristeza  empreendedores, lojistas que lutam pelo pão de cada dia, que lutam para manter emprego e renda e suas famílias, tendo que se expor dessa maneira para dizer que não suportam mais e estão no limite”.

Robson Pereira: “estamos no limite”

Robson frisou que, somente, nos shoppings, cerca de 200 empresas não irão abrir mais as portas. Em todo o comércio  18 mil pessoas estão desempregadas. “O número de empresas, exceto as dos shoppings, ainda não é calculado, pois muitas estão silenciosas, mas acreditamos que seja  um número assustador”, completou.

Quanto à decisão da Justiça Federal de manter fechado o comércio, o vice-presidente da Acese lembra que o governador Belivaldo Chagas recorreu da decisão  “e estamos todos aguardando para saber qual será o resultado desse processo para que possamos vislumbrar alguma possibilidade de abrir. A Acese tem como meta  de que nós não  vamos parar de trabalhar, de negociar, de estar à frente dos lojistas, a não ser quando as lojas estiverem realmente abertas”.

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Sobre Antonio Carlos Garcia

Editor do Portal Só Sergipe

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