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Aliados – Da Espionagem Ao Amor Incondicional

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Aline Laranjeira

Pano de fundo: Segunda Guerra Mundial. Missão: Aniquilar um embaixador nazista em Casablanca. Consequência: Casal de espiões contratado para o serviço se apaixona desesperadamente. E assim a trama de Aliados cresce ao longo das duas horas, embora repleta de erros e acertos.

Robert Zemicks, cineasta conhecido por sua direção em Forrest Gump, faz aqui um trabalho mediano. Enquadramentos e planos não ressaltam a fisionomia e expressão dos protagonistas, salvo por algumas cenas em que o close-up foi muito bem empregado, enaltecendo, inclusive a personagem da Marion Cotillard, Marianne Beausejour.

Ângulos que engrandecessem a figura do Brad Pitt deixaram a desejar, transpassando um personagem distante e, durante algumas cenas, alheio à história decorrente. Apesar de uma química interessante em cena, os protagonistas não se elevam de modo que as interpretações sejam dignas de serem lembradas. A direção tornou o casal bastante comum, ainda mais, levando-se em consideração que o objetivo do roteiro consiste em valorizar a trajetória amorosa da dupla.

Um fato polêmico existente em seu roteiro, que cabe contestação em virtude do período histórico suscitado na trama, é a presença de um casal lésbico assumidamente explícito em épocas em que a homossexualidade não era tolerada por quase nenhum cidadão, além de ser considerada doença, especialmente na Inglaterra. Em vista disso, visualiza-se um erro histórico crasso, devido à naturalidade com que se trata a questão em tempos de elevados registros de castração química em consequência dessa relação afetiva.

Tratando-se de aspectos técnicos, como maquiagem, direção de arte e fotografia, a equipe realizou um trabalho interessante. A maquiagem foi fiel à época retratada, com a vestimenta adequada ao contexto. O tom sério e pesado das roupas femininas, preponderante na década de 1940, por exemplo, foi bem empregado. A direção de arte em conjunto com a fotografia enriqueceu a história em que os protagonistas pareciam, diversas vezes, ausentes.

Cinematografia rica e abundante, os ares nazistas, especialmente em Casablanca, entretêm o telespectador, que pode ansiar por novos suspenses ao longo do enredo, visto que se passa numa época de grandes conturbações, além de ser possível considerar interessante certas recordações ao filme de 1942(Casablanca), também ambientado na mesma cidade.

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Aline Laranjeira

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