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Aracaju mantém, pela 40ª vez consecutiva, a cesta básica mais barata do Brasil

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Os menores valores médios da cesta básica nas cidades do Norte e do Nordeste do Brasil foram registrados em Aracaju (R$ 571,43), Recife (R$ 598,72) e João Pessoa (R$ 618,64). Esses dados fazem parte da pesquisa mensal da cesta básica realizada em 17 capitais brasileiras pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O destaque vai para Aracaju, que, apesar da variação em relação a dezembro, pelo quadragésimo mês consecutivo, registra a cesta básica mais barata do país.

A economista e supervisora técnica do Dieese em Sergipe, Flávia Santana Rodrigues, explicou que, em dezembro de 2024, a cesta básica de Aracaju custava R$ 554,08. Houve uma variação de 3,13% em janeiro deste ano, quando o valor passou para R$ 571,43. “Ao compararmos janeiro de 2024 com janeiro de 2025, observamos um aumento nos preços dos alimentos, com uma variação de 8,13%.”

Aracaju registrou aumentos significativos nos preços do tomate (33,94%) e do café (19,11%) devido a condições climáticas desfavoráveis, que prejudicaram a produção do tomate. O aumento do volume de chuvas resultou em uma menor oferta e qualidade do produto, elevando os preços.

“O aumento nos preços do café pode ser explicado pela oferta limitada de grãos disponíveis para venda, já que grande parte da produção já foi comercializada. Além disso, os estoques continuam baixos devido à menor colheita no Brasil e no Vietnã, dois dos principais produtores mundiais. O aquecimento da demanda global e as previsões de uma safra 2025/26 ainda restrita também contribuem para a pressão altista nos preços”, detalhou Flávia.

Outros produtos

Ao comparar janeiro de 2024 com janeiro deste ano, 15 capitais tiveram alta nos preços. Além de Aracaju, os destaques no Nordeste foram: Fortaleza (13,28%), João Pessoa (10,52%), Natal (10,14%) e Recife (8,76%). Duas cidades apresentaram taxas negativas: Porto Alegre (-2,59%) e Belo Horizonte (-1,00%).

Na pesquisa dos produtos que compõem a cesta básica, o Dieese constatou que, em janeiro, o preço do café em pó subiu em todas as cidades devido à oferta restrita no mercado mundial e à especulação do grão nas bolsas. As altas variaram entre 3,20%, em Campo Grande, e 23,00%, em Goiânia. Ao longo de 12 meses, todas as cidades apresentaram aumentos, com destaque para Goiânia (91,52%), Belo Horizonte (83,20%) e Aracaju (83,00%).

Aracaju registrou aumento significativo no preço do tomate (33,94%)  Foto: Leandro Santos Lobo/Embrapa

O preço do tomate aumentou em 15 das 17 capitais, entre dezembro de 2024 e janeiro deste ano, com taxas expressivas em Salvador (50,47%), Belo Horizonte (50,10%), Brasília (47,27%) e Rio de Janeiro (46,76%). As quedas ocorreram em Vitória (-8,25%) e Porto Alegre (-2,17%). Em 12 meses, o comportamento do preço do tomate foi diferenciado, com elevação em cinco cidades, destacando-se as do Nordeste: Fortaleza (39,07%), Natal (24,66%) e João Pessoa (20,41%). Houve redução em outras 12 capitais, com as quedas mais significativas em Porto Alegre (-49,34%) e Florianópolis (-41,17%).

O preço do quilo do pão francês aumentou em 14 capitais entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025; permaneceu estável em Belém; e diminuiu em Campo Grande (-1,97%) e Aracaju (-0,17%). As altas mais expressivas ocorreram em João Pessoa (2,64%), Florianópolis (2,36%) e Belo Horizonte (2,04%).

Em 12 meses, o valor médio subiu na maioria das cidades, exceto em Aracaju (-1,32%). As elevações mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (9,09%) e Campo Grande (7,22%). “A menor oferta de trigo nacional e a maior necessidade de importação, com um câmbio desvalorizado, encareceram a farinha de panificação, o que justifica o aumento do preço do pão francês no varejo”, explicou Flávia Santana.

Em janeiro de 2025, o preço do arroz agulhinha diminuiu em 16 das 17 cidades, com variações entre -5,82%, em Brasília, e -0,34%, em São Paulo. Em Vitória, houve uma alta de 0,76%. Em 12 meses, 10 cidades registraram aumento no preço médio, com as maiores variações em Salvador (6,51%) e São Paulo (5,38%). As maiores quedas ocorreram em Porto Alegre (-8,28%) e Brasília (-7,92%). A maior oferta, devido às importações de arroz, e o baixo movimento no mercado de compra e venda explicaram os preços mais baixos na maioria das cidades.

O custo do quilo do feijão diminuiu em 13 das 17 capitais Foto: Agência Embrapa

O custo do quilo do feijão diminuiu em 13 das 17 capitais. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Belo Horizonte e São Paulo, teve queda em oito capitais, com taxas variando entre -4,16%, em Salvador, e -1,58%, em Goiânia. Quatro capitais apresentaram aumento inferior a 0,50%: Natal (0,26%), Aracaju (0,29%), Brasília (0,30%) e São Paulo (0,43%).

Em 12 meses, todas as cidades registraram redução no preço, com destaque para Belo Horizonte (-26,88%). O feijão tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, teve queda em todas as cidades, com variações entre -4,64%, no Rio de Janeiro, e -0,82%, em Florianópolis. Em 12 meses, todas as cidades apresentaram redução no preço médio, com destaque para Porto Alegre (-14,60%) e Rio de Janeiro (-13,78%). A baixa demanda durante as férias escolares e a oferta satisfatória explicaram as quedas no varejo.

Salário-mínimo

Com base na cesta básica de São Paulo (R$ 851,82), a mais cara do país em janeiro, o Dieese estima que o valor do salário-mínimo deveria ser de R$ 7.156,15, o que corresponde a 4,71 vezes o salário-mínimo reajustado para R$ 1.518,00. Em dezembro de 2024, quando o salário-mínimo era de R$ 1.412,00, o valor necessário seria de R$ 7.067,68, correspondendo a 5,01 vezes o piso mínimo. Já em janeiro de 2024, o salário-mínimo necessário seria de R$ 6.723,41, ou 4,76 vezes o valor vigente.

 

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