A atleta sergipana Maria Gilda dos Santos, 40 anos, vai representar o Brasil – e, claro Sergipe – no 10º Campeonato Mundial de Parabadminton, que acontecerá de 8 a 13 de setembro em Stoke Mandeville, na Inglaterra. Maria Gilda, que é cadeirante, foi classificada no campeonato nacional e depois convocada pela Seleção Brasileira para representar o país. Neste domingo pela manhã, 30, a equipe Corredores de Aracaju promoveu um treino coletivo no Parque da Sementeira para arrecadar fundos e ajudá-la a participar do evento.
O treino coletivo de uma hora reuniu mais de 200 pessoas no Parque da Sementeira. O organizador Andrey Márcio Souza, do grupo Corredores de Aracaju, disse que, diante da possibilidade de Maria Gilda não viajar por falta de recursos financeiros, todos se mobilizaram. Daí nasceu a ideia do treino coletivo, sendo cobrado o valor simbólico de R$ 20.
“Na somação, deu um valor considerável”, disse. A atleta vai levar para Inglaterra pouco mais de R$ 4 mil, fruto da colaboração das pessoas que treinaram neste domingo. “Nós somos mais felizes quando nos doamos para alguém, seja como for”, acredita Andrey, que quer ajudar mais pessoas. Uma das empresas que colaboraram com o treino foi a Conceito Soluções Esportivas. Houve sorteio de brindes, doados por diversas empresas sergipanas.
Assustada – “Quando, de repente, vi atletas de diversas modalidades esportivas me ajudando me surpreendi. Com essa festa de hoje estou assustada, tremendo, mas feliz ao mesmo tempo. Fui convocada para representar o Brasil nesse campeonato mundial, não tenho ajuda de governo e o custo para Inglaterra é muito alto. Se não fosse o apoio deles eu não tinha como ir”, confessa.
Com tudo em ordem para a viagem, Maria Gilda, inicialmente, vai para São Paulo, se encontra com a Seleção Brasileira e depois segue para Inglaterra. Antes das competições, ela passará pela classificação funcional para que cada participante só dispute com aquele que tem o mesmo nível de dificuldade, justamente para não haver vantagem. “Eu vou competir com alguém que tem o comprometimento igual ao meu”, disse Maria disputará na categoria cadeirante.
As provas, observa Maria Gilda, serão disputadas com atletas de alto nível, “mas vou convencida de que darei muito trabalho. Vou para ganhar, para lutar e consciente de que tem um trabalho ser feito. É um campeonato mundial, vai mexer com a adrenalina. Essa é a primeira experiência internacional da minha vida. Sou atleta há 18 anos e agora, aos 40, sou convocada pela Seleção Brasileira. É um marco como atleta e vou dar tudo de mim”.
Maria Gilda teve paralisia infantil com um ano e meio de idade. Ficou cinco anos sem andar e aos 16 é que descobriu que doença tinha. Passou por três cirurgias, andou sete anos com muletas e durante 13 anos fez tratamento em São Paulo, quando conheceu um grupo que cuidava de pessoas deficientes inserindo-as no esporte. Ela, então passou a praticar esportes. Ela usa uma órtese tuto longo na perna direita. E para os esportes que pratica na categoria cadeirante, hoje ela tem uma cadeira para cada um deles.
Hoje, Maria Gilda cursa o sétimo período de Educação Física na Universidade Federal de Sergipe (UFS), é a única deficiente no Brasil capacitada para o curso de badminton e dar aulas de extensão da UFS, às segundas e quartas feiras, das 17 às 19 horas. “Dou essas aulas de parabadminton para reabilitar pessoas. Quem quiser conhecer o meu trabalho, mande uma mensagem pelo (79) 9142.1943”, informa.
Quando era criança, Maria Gilda sonhava que estava correndo, que voava, flutuava. Mas o pai sempre a perguntava com iria fazer isso. “Ele me colocava nas costas e saía correndo comigo”, conta. Mas ela queria mais que isso, pois sempre entendeu que o limite está na cabeça de cada um. “Hoje sou atleta, faço provas de ruas, meia maratona. A limitação está dentro de nós”.
Pois então, Maria Gilda, bons voos!
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