Doze de janeiro de 2020 no Batistão: torcida do Sergipe arremessa bomba contra a torcida da ADC (Confiança) que vai para o confronto. No dia 25 de janeiro de 2020, pessoas na torcida do ABC de Natal escoltada pela polícia, desde a praia, rompe a grade de proteção e provoca a torcida do Confiança. A polícia e órgão de segurança apartam. O jogo continua. Pessoas infiltradas entre a torcida do Confiança brigam internamente. A polícia aparta, bate em algumas pessoas e o jogo continua. Tudo é filmado. Os criminosos são conhecidos ou passíveis de serem identificados, mas mesmo assim nos próximos jogos todos os delinquentes voltam à cena dos crimes e quase nada acontece.
As cenas são corriqueiras nos estádios de futebol. Quem levou filhos ao estádio como explicará às crianças tais brigas? Qual a reação da polícia? Somente separar os criminosos? Estádio é local para lazer ou para brigar? O poder público existe para proteger vândalos ou puni-los? Existem ações dos gestores públicos e promotores de eventos, na segurança, para rigorosamente e sem tolerância punirem todos que praticam violência nos ambientes de lazer? No dia seguinte, logo cedo, numa fila de supermercado encontro Pedro Gia, um proletário-azulino histórico.
– Gostou do jogo?
– Precisa melhorar, vergonha a briga na torcida.
–Verdade, retruquei. Precisa que os setores da administração e segurança sejam rigorosos contra praticantes da violência. Tudo é filmado e fácil de identificar. Por que não existe punição?
A imprensa esportiva alardeia:
–Vergonha!
Diretores reclamam, mas subsidiam membros das “desorganizadas”, mas organizadas para a briga”. Criminosos não podem ser acobertados pelos gestores da segurança e do futebol. Urgem ações duras e concretas contra aqueles que praticam violência. Precisamos é de cultura de paz, jamais de violência. Da nossa conversa com Pedro Gia veio uma ideia: “quem brigar nos estádios ficaria proibido de acesso e prestaria serviço de limpeza em todo espaço esportivo” dentre outras penas. Limpar a sujeira física para tentar melhorar a sujeira social e moral do praticante de violência. Eis uma forma de punir:
O artigo 41-B do Estatuto do torcedor estabelece:
“Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos:
Pena – reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.
I – promover tumulto, praticar ou incitar a violência num raio de 5.000 (cinco mil) metros ao redor do local de realização do evento esportivo, ou durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento;
II – portar, deter ou transportar, no interior do estádio, em suas imediações ou no seu trajeto, em dia de realização de evento esportivo, quaisquer instrumentos que possam servir para a prática de violência.”
Com a palavra legisladores e gestores administrativos e de órgãos de segurança, juízes e M. Público. Façamos nossa parte no ato de punir!
Como se não bastasse, a CBF com a conivência das federações estaduais está acabando com os estaduais ao reduzir para dois meses seus calendários. Fifa e clubes ingleses tentaram elitizar a presença pública nos estádios. Ledo engano, pobres não são violentos. Violentas são todas as pessoas, que pela conivência, manipulam o circo do futebol.
Estimava-se que por volta de 2016, o Brasil possuía pouco mais de 28.203 jogadores com contrato no futebol. Deles (82,4%) ganhavam até R$ 1.000,00 de salário. 13,68% recebiam por mês entre R$ 1.001,00 e R$ 5.000,00 em carteira e registro na CBF excetuando-se os direitos de imagem. Portanto, 96,08% dos jogadores de futebol ganhavam até 5,7 salários mínimos. Pura utopia e ilusão para milhões de brasileiros, que sonham, discutem, e brigam pelo futebol.
Alie-se a tudo isto, o momento de intolerância que passa o país. O que era saudável e popular transformou-se em empresarial, violento e corrupto. É preciso que os saudáveis interesses econômicos sejam conservados sem descaracterizar os valores regionais esportivos. Valores que tanto fizeram e fazem a história esportiva de cada Estado da Federação brasileira. Sem os campeonatos estaduais não existiriam Copa Brasil, Brasileirão, Libertadores, etc. Tudo começa na base. Desde o primeiro chute na bola em casa, na rua, na quadra da escola, na várzea, no time do bairro até se chegar à utópica série A. Quebrar esta corrente é estrangular a cultura futebolística do brasileiro para favorecer interesses de alguns em detrimento de milhares.
Ainda é tempo de resignificar o esporte mais popular do Brasil, depende dos órgãos de segurança, dos gestores esportivos, da imprensa esportiva e das autoridades judiciais.
(*)Valtênio Paes de Oliveira é professor, advogado, especialista em educação, doutor em Ciências Jurídicas, autor de A LDBEN Comentada -Redes Editora, Derecho Educacional en el Mercosur- Editorial Dunken e Diálogos em 1970- J Andrade.
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