Cerca de 22 mil pessoas, segundo os organizadores, ligadas a centrais sindicais e partidos políticos que dão sustentação ao governo, fizeram uma grande manifestação de apoio à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante duas horas eles se concentraram na praça General Valadão, no centro, quando diversas lideranças discursaram e depois saíram em passeata rumo à zona norte da capital. A Polícia Militar não divulgou o número de participantes.
As maiores críticas foram ao Judiciário brasileiro. Os manifestantes distribuíram cartazes criticando o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato em Curitiba, e à Rede Globo de Televisão, frisando que a soma de ambos “é igual a golpe”. Entre uma fala e outra das lideranças políticas locais, eles gritavam que “não vai ter golpe”.
A programação dos organizadores do ato pró-Dilma era que o ato terminaria na praça 1º de maio, no bairro 18 do Forte, na zona oeste da capital. Mas durante o trajeto, os manifestantes seguiram pela contramão e foram para o prédio da TV Sergipe, afiliada da Rede Globo no Estado, e tentaram invadir a emissora, no bariro Cidade Nova. “Essa invasão não aconteceu por causa da interferência da polícia”, garantiu a comandante da Companhia de Policiamento de Trânsito (Cptran), capitão Manuela Gomes que, com a equipe, acompanha os manifestantes para orientar o trânsito.
O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Rogério Carvalho, disse que “estamos aqui hoje porque sabemos o quanto custou para o Brasil chegar aonde chegou. Foram 500 anos de humilhação aos pobres e minorias. Estamos aqui para defender o país com a nossa própria vida para que todos os brasileiros tenham democracia”.
O sindicalista Joel Almeida criticou o juiz Sérgio Moro e a TV Globo, além das ações judiciais que tentam impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma a Casa Civil. A mesma crítica foi feita pela deputada estadual Ana Lúcia Menezes ao acrescentar que o juiz Sérgio Moro desrespeitou a Constituição e disse que os grampos no telefone de Lula foram ilegais.
Para a presidente do Sindicato dos Bancários, Ivânia Pereira, o importante é defender o mandato de Dilma Rousseff , eleita democraticamente. Ela ressaltou que os atos vão continuar acontecendo em defesa da presidente e um deles já está marcado para o dia 31 de março, mas o horário ainda não foi definido.
O advogado Hildon Douglas e um grupo de colegas participaram da mobilização a favor da presidente. Hildon disse que estava ali defendendo o estado democrático de direito. “Estamos aqui no ato com 60 advogados”, completou. A deputada estadual Ana Lúcia Menezes, PT, diz que juiz, de nenhuma instância, deve fazer o que fez, ao lembrar das ações impetradas contra o ex-presidente Lula para que ele não assumisse a Casa Civil. Ela também condenou os grampos que mostraram diálogos entre Dilma e Lula.
Urgente – Agora à noite, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, suspendeu, liminarmente, a posse de Lula como ministro da Casa Civil no governo Dilma e determinou que as investigações da operação Lava-Jato sobre o ex-presidente continuem com o juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba. O ministro acatou duas ações do PPS e PSDB questionando a nomeação. O governo pode recorrer da decisão de Gilmar Mendes. Atualizado às22h26