Por Emerson Sousa (*)
No que se refere ao quesito público pagante médio em jogos como mandante, a Associação Desportiva Confiança vai para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol, em sua edição 2020, com a 32ª posição dentre os sessenta times que disputaram as três principais séries do esporte no Brasil, em 2019.
Neste ano, dentre Campeonato Brasileiro, Copa do Nordeste e Campeonato Sergipano, foram 22 partidas com mando de campo que venderam mais de 105 mil ingressos, o que resulta numa média de 4.775 pagantes por jogo, com uma ocupação média de 34% das cadeiras postas à venda.
Esse desempenho coloca o Dragão do Bairro Industrial à frente de clubes de maior tradição no cenário nacional, tais como o Guarani de Campinas, o América-MG, o Criciúma e o Atlético-GO.
O time proletário faturou nesses certames um montante de R$ 1,89 milhões. Ao nível do futebol nordestino, essa marca foi somente superada por nove equipes da região (Bahia, Fortaleza, Ceará, CSA, Sport, Náutico, Botafogo (PB), Santa Cruz e Vitória). Isso significa que, em cada uma dessas partidas, o Confiança arrecadou uma média de R$ 85,7 mil. Contudo, essa conduta difere em função da competição: no Sergipão, a renda por jogo foi de R$ 54,9 mil; no Nordestão, R$ 21,2 mil e, na Terceirona, R$ 117,8 mil.
O Campeonato nacional, de longe, foi o mais atrativo. Foram assistir às partidas, em média, 6,9 mil pagantes (49% de ocupação média). O sergipano, nos sete jogos nos quais o Confiança mandou, arrastou uma média 2,5 mil torcedores e, no nordestino, em sete apresentações, outros 2,8 mil, em média.
Note-se que, a despeito do menor público médio, cada partida do certame estadual rendeu mais do que o do regional. O que explica isso é o diferencial de preços dos ingressos. Na disputa interestadual, o tíquete médio ficou em R$ 18,00 e o local, R$ 21,00 por jogo.
Por sinal, surge daí um dilema a se enfrentar: como o glorioso clube sergipano vai conservar o preço do ingresso com a população local durante os jogos da disputa nacional no próximo ano?
Afinal, o cupom médio para se acompanhar os jogos “em casa” do Confiança foi de R$ 17,00. E esse valor representa 1,05% do rendimento médio dos sergipanos em suas ocupações principais, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isso é uma questão importante porque a necessidade de se financiar esta nova fase do clube deve também ser mediada pela premência em se permitir à população em geral o privilégio de fazer parte dessa história.
Considere-se que, os três únicos times nordestinos presentes na Série B deste ano cobraram em seus jogos como mandantes, no decorrer da disputa, um valor médio de R$ 16,00. O Sport estipulou o seu valor médio de ingresso em R$ 20,00 enquanto que CRB e Vitória em R$ 14,00 por jogo.
Do mesmo modo, é preciso saber que, se o Confiança conseguir levar para o campo a mesma média de público desse trio (8,9 mil pagantes), ainda que mantenha o cupom atual, ele obteria um aumento de 29,9% em seu faturamento por jogo.
Outro fator que o Confiança deve observar se refere à Arena Batistão, principal estádio de Sergipe. Para que a equipe proletária atraia público para seus jogos, tão importante quanto os seus resultados, será a qualidade do campo de disputa. Nesse contexto, segurança e conforto são essenciais.
Com agravante de que os jogos disputados passarão a ter uma maior cobertura da imprensa nacional, ou seja, não apenas o Batistão será um dos principais vetores de interesse do torcedor local, mas será, também, durante todo o ano de 2020, o principal cartão de visita do Estado.
Dessa forma, o próximo ano promete não apenas para o esporte sergipano, mas para o povo como um todo. Não há como negar: com o Confiança na Série B, Sergipe passa a ter exposição nacional.
O ano de 2020 vai ser o batismo de fogo do futebol sergipano, com a conduta do Confiança espelhando o seu grau de profissionalismo. A relação do time com o seu público pagante já vem expressando que o clube proletário possui uma envergadura de nível nacional, mas ele ainda precisa legitimar isso.
O Confiança é o 46° colocado dentre os times brasileiros em total de sócios torcedores inscritos. No Nordeste, ele é o 11° colocado. Entretanto, com apenas mais 200 associados, ele passaria para a 43ª e 9ª posições, respectivamente.
Do ponto de vista esportivo, a meta deve ser manter-se na “Segundona”, mas sob a perspectiva financeira o objetivo deveria ser a buscar por se inserir entre as 30 maiores médias de pagantes do futebol brasileiro, no âmbito das três principais divisões do país. Se bem que essa não é uma missão tão difícil assim. Um acréscimo de mais 500 torcedores pagantes por jogo e esse patamar é superado.
Vale ressaltar que, nesse mosaico, maturidade por parte da torcida e responsabilidade por parte da estrutura burocrática tanto do Clube quanto da Federação estadual são elementos cruciais.
O Dragão já há alguns anos vem mostrando que tem condições de manter-se na Série B e até com algum protagonismo, ainda que o sonho desta Coluna seja vê-lo disputar o Mundial Interclubes.
(*) Emerson Sousa é Mestre em Economia pelo NUPEC/UFS e doutorando em Administração pelo NPGA/UFBA
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