Como escreveu Getúlio Vargas na Mensagem n.º 363, enviada ao Congresso Nacional, em 1951, propondo a criação da instituição, o Banco do Nordeste constitui, em essência, “um organismo de características originais na estrutura bancária brasileira”.
Na visão de Vargas, quando lançou a campanha de subscrição pública de ações do BNB, em 1953, o “Nordeste poderá ser uma zona de extraordinária produtividade e uma considerável fonte de aquisição de divisas estrangeiras”.
A rigor, com suas atribuições múltiplas, é nessa perspectiva que o BNB vem exercendo protagonismo há setenta anos, marco comemorado neste 19 de julho.
Trata-se, portanto, de momento de reflexão importante sobre o papel que essa organização tão respeitada pelos nordestinos tem no cotidiano dos agentes produtivos e das populações de onze estados brasileiros.
Na trajetória septuagenária, o Banco do Nordeste imprime com criatividade, inovação e ética o caráter sui generis de banco de desenvolvimento. Moldando-se às transformações resultantes das dinâmicas econômicas, políticas e sociais, a empresa contribui para sepultar a mentalidade segundo a qual o problema do Nordeste são as secas.
O BNB, assim, torna-se o grande impulsionador das vocações da Região por meio de políticas de financiamento de longo prazo a atividades que fortaleçam o desenvolvimento sustentável, sem olvidar iniciativas que requerem recursos de médio e curto prazo, bem como projetos estruturantes.
É, enfim, o crédito como instrumento de política pública, tônica principal da atuação do BNB. E nesse sentido, sobressai o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), criado na Constituição Federal de 1988, graças à articulação eficaz gerada pela intelligentsia do Banco do Nordeste.
O principal funding do Banco é responsável por injetar, ao longo de trinta e quatro anos, cerca de R$ 250 bilhões nos diferentes setores e segmentos da economia regional, beneficiando empreendedores de todos os portes e ajudando-os a gerar empregos e renda.
Outro exemplo digno de nota. A partir da década de 1990, pioneiramente, o BNB cria programas de microfinanças urbana (Crediamigo) e rural (Agroamigo), ambos reconhecidos internacionalmente. Mais importante, porém, são as oportunidades geradas aos microempreendedores, que fazem a economia girar ao mesmo tempo em que realizam seus sonhos.
No momento, envidamos todos os esforços no sentido de acelerar o máximo possível a oferta de recursos, fazendo-os chegar de forma oportuna àqueles que enfrentam o desafio de transformar o Nordeste com suas ideias.
Um processo de crédito rápido e prático, sem burocracia, com certeza terá impactos tanto na eficiência e competitividade do Banco como na sustentabilidade das empresas parceiras.
Desta forma, reforçamos o compromisso da Instituição para com o Nordeste, inspirados nas premissas estabelecidas por Rômulo de Almeida, fundador e primeiro presidente do Banco do Nordeste, sermos o Banco de desenvolvimento da Região Nordeste.
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(*) Presidente do Banco do Nordeste do Brasil S. A.
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