O preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, não deve baixar para o consumidor, e sim aumentar. É o que entende o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Luís Moura, ao comentar a decisão da Petrobras que revisou a política de preços deste produto. Hoje, um botijão de 13 quilos custa, em média, R$ 75,00.
“A Petrobras tem o monopólio na venda do gás e para as distribuidoras. Enquanto estiver assim, ele vai determinar o preço. O problema no Brasil é que, normalmente, quando há uma diminuição na produção ou distribuição, nem sempre chega ao consumidor. Principalmente num setor oligopolizado como os das distribuidoras de gás. Existem, no máximo, quatro no país. Então, na prática, há um oligopólio. Claro que majoram preço porque detêm o controle do mercado”, explicou o economista.
“Tivemos a redução de 10% no valor do gás na refinaria, mas não chegou ao consumidor. As distribuidoras não repassaram para os revendedores, que não repassaram para o consumidor. Até que chegue, demora. E nem sempre chega no mesmo percentual. Mudar as regras sem discutir com a Petrobras, que tem o controle, pode não significar redução”, completou.
Segundo o economista, o preço do gás está inacessível para grande parte dos consumidores, por isso o governo pensa em fracionar a venda. “Muita gente não tem condições de pagar R$ 75, por um botijão de 13 quilos. O consumidor pode comprar R$ 10, por exemplo. O problema é o consumidor ter certeza se a quantidade pedida vai chegar. Esse é o problema no fracionamento e tem que ter uma fiscalização rigorosa”, destacou.