O comandante da Companhia Especializada em Operações Policiais em Área de Caatinga (Ceopac), o capitão da Polícia Militar, Manoel Oliveira, foi morto com mais de 30 tiros nas proximidades do povoado Vaca Serrada, em Porto da Folha, onde fica a sede da unidade da PM. Policiais civis e militares, coordenados pelo delegado Dernival Elói, diretor do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), estão investigando o crime.
Enquanto providenciava a liberação do corpo no Instituto Médico Legal (IML), o irmão do capitão, Wellington Oliveira disse que ele já vinha recebendo ameaças de morte. “Há uns 40 dias ele estava em um momento de lazer, em Mucambo, quando quilombolas avisaram que tinha uma coisa estranha rondando a tribo. E agora ele é pego em uma emboscada”, afirmou. “Ele impediu a droga do PCC [Primeiro Comando da Capital] chegar ao estado”, destacou.
“Meu irmão não vai virar estatística. A SSP perdeu o sossego comigo porque eu vou cobrar. Quero saber se foi PCC, se foi assaltante de banco. Tem que chegar ao mandante”, assegurou. Ele lembrou que toda família vinha sendo ameaçada. “Ele nos protegia muito, mas uma vez deixou escapar que um cara ligou pra ele perguntando se ele tinha família ou amor à vida”, frisou.
A princípio, o assassinato do oficial da PM vem sendo tratado como execução, mas para não atrapalhar as investigações a Secretaria de Segurança Pública (SSP) não vem dando detalhes. A polícia já encontrou um dos carros que teria sido usado pelos bandidos: um Corolla que, segundo apuração, possui restrição de roubo. O veículo foi encontrado em chamas numa estrada que liga Porto da Folha a Monte Alegre.
“Ele estava de serviço, se preparando para uma grande operação. No momento do crime, ele estava indo na casa da família para jantar e voltar para o pelotão. Próximo ao trevo da Vaca Serrada, antes de chegar, ele foi emparelhado por três veículos que disparou diversos tiros”, disse a capitã Evangelina de Deus auxiliar da 5ª Seção da PM.
O capitão fundou, há 10 anos, o Ceopac. O corpo do oficial está sendo velado no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), no bairro América. Ele tinha 42 anos e deixou três filhos.