Segundo ele, esse investimento foi necessário “para garantir a continuidade da operação do complexo e estender sua vida útil para além de 2030”. Com isso, mais de 200 novos trabalhadores foram contratados e estão dedicados às reformas e montagens nos novos equipamentos. Hoje, o complexo gera, aproximadamente, 1.500 empregos diretos e indiretos. “Estas mudanças vão contribuir com o desenvolvimento local também pela contratação de fornecedores locais e compra de materiais na região”, disse Carlos Henrique.
De acordo com o executivo, “toda produção da unidade de Rosário do Catete fica no país” e explica que o cloreto de potássio produzido na unidade tem como destino as misturadoras de fertilizantes localizadas no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, de onde seguem para produtores rurais de todo o país, que ajudam o mundo a produzir os alimentos dos quais precisa.
“Para a empresa é relevante ter uma operação competitiva dentro de um dos países que tem maior taxa de crescimento de demanda por fertilizantes no mundo, por isso decidiu fazer esse investimento para estender a vida útil da mina e, assim, contribuir para o fortalecimento do agronegócio brasileiro”, afirmou Carlos Henrique.
Na semana em que foi anunciado o investimento de R$ 800 milhões, o presidente da Mosaic Fertilizantes, Corrine Ricard, disse que “cientes da importância e viabilidade dessa operação para o mercado nacional, decidimos fazer esse investimento para estender a vida útil dessa operação e aumentar sua capacidade produtiva em um mercado que deve continuar crescendo. Nós sabemos o quão relevante é ter uma operação competitiva dentro de um dos países que tem maior taxa de crescimento de demanda de potássio”.
Mesmo diante de investimento relevante em uma das suas principais unidades, a americana Mosaic não informa, por exemplo, quanto de royalties paga ao Estado de Sergipe e aos municípios onde estão suas jazidas. A resposta do gerente do Complexo Taquari-Vassouras foi protocolar: “Além dos ganhos relativos à Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), a presença da empresa no Estado gera ganhos com geração de empregos, impostos e renda para a comunidade local”. Nada de números.
A mina Taquari-Vassouras foi descoberta pela Petrobras, em 1963, que depois cedeu construção e gestão à sua subsidiária Petromisa, e em 1985 iniciou a exploração de potássio. Seis anos depois, a Petromisa começou a ser ameaçada de privatização pelo governo Fernando Collor de Mello e aí os funcionários e o Governo de Sergipe apresentaram a proposta de arrendar a mina à então Companhia Vale do Rio Doce, na época uma estatal. E em 1997, o presidente Fernando Henrique Cardoso privatizou a Vale e a exploração do potássio. Em agosto de 2017, a americana Mosaic compra a Taquari-Vassouras.
Esta semana, o gerente do Complexo Mineroquímico Taquari-Vassouras, Carlos Henrique Costa, conversou com o Só Sergipe. Ele tem 49 anos, é engenheiro elétrico e há 35 anos atua em áreas de manutenção, operação e engenharia de grande porte do ramo de mineração, petroquímico e fertilizantes.Não perca esta leitura.
SÓ SERGIPE – Este mês, a Mosaic anunciou um investimento de mais de R$ 800 milhões, na unidade Taquari-Vassouras, em Rosário do Catete, para aquisição de equipamentos e melhoria de infraestrutura. O que levou a direção a tomar essa decisão?
CARLOS HENRIQUE – A unidade de Taquari-Vassouras é estratégica para a empresa, pois é a única operação brasileira de potássio, cuja demanda é grande no mercado nacional de fertilizantes e deve continuar crescendo nos próximos anos. A Mosaic é uma das maiores produtoras de potássio no mundo e sabe o quão relevante é ter uma operação competitiva dentro de um dos países que tem maior taxa de crescimento de demanda por este produto.
Assim, o investimento é necessário para garantir a continuidade da operação do complexo e estender sua vida útil para além de 2030.
SÓ SERGIPE – Com a compra de equipamentos e aumento na extração de potássio, existe a possibilidade de a unidade gerar mais empregos? Atualmente, são quantos empregados na unidade de Taquari-Vassouras?
CARLOS HENRIQUE – Atualmente, o empreendimento é um importante responsável por geração de emprego na região. Hoje, o Complexo gera aproximadamente 1.500 empregos diretos e indiretos. As ações de melhoria da infraestrutura da unidade e reformas já começaram e alguns equipamentos novos também já chegaram. Com isto mais de 200 novos trabalhadores foram contratados e estão dedicados a estas reformas e montagens dos novos equipamentos.
Vale lembrar que, além da mão de obra, estas mudanças vão contribuir com o desenvolvimento local também pela contratação de fornecedores locais e compra de materiais na região.
SÓ SERGIPE – A Mosaic espera, com este investimento, aumentar para 450 mil toneladas por ano, ante as 300 mil no último ano. Para onde vai a produção sergipana?
CARLOS HENRIQUE – Toda a produção da unidade de Rosário do Catete fica no país. O cloreto de potássio produzido na unidade tem como destino as misturadoras de fertilizantes localizadas no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, de onde seguem para produtores rurais de todo o país, que ajudam o mundo a produzir os alimentos dos quais precisa.
SÓ SERGIPE – Hoje a Mosaic entrega cerca de 27,2 milhões de toneladas de fertilizantes por ano para 40 países. Qual a participação da unidade Taquari-Vassouras?
CARLOS HENRIQUE – O Complexo Mineroquímico de Taquari-Vassouras tem capacidade para produzir 450 mil toneladas de potássio por ano. Vale lembrar que o produto não é oferecido em sua forma bruta aos agricultores, mas passa por processos de beneficiamento.
Para a empresa é relevante ter uma operação competitiva dentro de um dos países que tem maior taxa de crescimento de demanda por fertilizantes no mundo, por isso decidiu fazer esse investimento para estender a vida útil da mina e, assim, contribuir para o fortalecimento do agronegócio brasileiro.
SÓ SERGIPE – Em agosto de 2017, a Taquari-Vassouras passou para a Mosaic. Nestes últimos anos, quanto a Mosaic investiu e qual foi o crescimento de extração do potássio?
CARLOS HENRIQUE – Desde que assumiu a operação do Complexo Mineroquímico de Taquari-Vassouras, em 2018, a empresa já fez aportes de R$ 130 milhões no local. A Mosaic Fertilizantes tem investido recursos e esforços técnicos para estudar soluções economicamente viáveis e de longo prazo para permitir a continuidade da exploração de potássio no Estado, valorizando esses importantes ativos para Sergipe e o Brasil.
Com os novos investimentos e a chegada dos novos equipamentos, prevista para 2024, a previsão é que o volume produzido na unidade seja de 450 mil toneladas por ano.
SÓ SERGIPE – O Governo de Sergipe ficou animado com o anúncio de investimento da Mosaic. Como é a relação entre a Mosaic e os entes públicos?
CARLOS HENRIQUE – A empresa mantém diálogo constante com funcionários, comunidade e autoridades sobre as evoluções da nossa operação, oportunidades e desafios para o desenvolvimento da indústria de fertilizantes do Estado.
SÓ SERGIPE – A Mosaic, de alguma forma, colabora com algumas ações governamentais, como na área cultural, por exemplo?
CARLOS HENRIQUE – A Mosaic Fertilizantes tem como um dos seus princípios norteadores colaborar com o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde tem operação. Por meio do Instituto Mosaic diversos projetos sociais são apoiados pela empresa, visando contribuir para o crescimento e desenvolvimento das comunidades.
SÓ SERGIPE -Sempre se fala que a exploração do potássio tem caráter finito. Há ainda muito a explorar na Taquari-Vassouras por longos anos?
CARLOS HENRIQUE – Hoje, as espessuras do depósito mineral são cada vez menores, o que diminui a produtividade da mina. Além disso, outras questões impactam na viabilidade da operação, como teores mais baixos de minério, e o aumento na distância entre os painéis de lavra e a estrutura de acesso central onde se localizam os shafts. A boa notícia é que com estes investimentos anunciados, prevemos a continuidade das operações para além de 2030.
SÓ SERGIPE – Qual a extensão e profundidade da mina e quantos municípios ela atinge?
CARLOS HENRIQUE – O Complexo Mineroquímico de Taquari-Vassouras é a única mina subterrânea convencional de potássio do Hemisfério Sul. A profundidade da mina varia de 450 m a 700 m, sendo a lavra mecanizada, com seis frentes em operação. A unidade está localizada no município Rosário do Catete, atuando na sub-bacia de Taquari-Vassouras, com a extração e o beneficiamento de silvinita. A lavra ocorre em três municípios: Rosário do Catete, Capela e Carmópolis. Atualmente temos mais de 700 km de galerias escavadas no subsolo desses três municípios.
SÓ SERGIPE – Quanto a Mosaic paga em royalties ao Governo de Sergipe e aos municípios?
CARLOS HENRIQUE –Além dos ganhos relativos à Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), a presença da empresa no Estado gera ganhos com geração de empregos, impostos e renda para a comunidade local.
SÓ SERGIPE – Qual o compromisso social da empresa, principalmente, na cidade onde ela está sediada?
CARLOS HENRIQUE – O compromisso social é parte da nossa missão, por isso existem diversas ações promovidas pela empresa tanto no âmbito social quanto voltada para o meio ambiente. Em Sergipe, a Mosaic Fertilizantes promove o Programa AlimentAção, que trabalha na capacitação de merendeiras e voluntários da comunidade em temas como segurança alimentar e alimentação saudável e o Banco de Alimentos que atende mensalmente cerca de mais de 500 famílias carentes com a doação de alimentos. E segue também com as atividades nas três comunidades quilombolas (plano básico ambiental).
Por meio do Edital da Água, a empresa valoriza e incentiva boas práticas de gestão de recursos hídricos em Sergipe, apoiando projetos desenvolvidos por organizações sociais e instituições de ensino superior e pesquisa locais para preservação, conservação e recuperação de nascentes e rios aliados à educação ambiental.
Também promove a Escola Industrial, dedicada ao público operacional e ao desenvolvimento de suas competências técnicas.