Oi vô, como está você? Hoje é um dia diferente. Ando pensando muito nos que já se foram e também quando e como partirei desta vida. Várias reflexões dominam minha mente hoje. Depois de uma noite mal dormida acometido de um torcicolo, levanto-me da cama logo cedo, almejando ansiosamente alguma amostra grátis de qualquer analgésico que me permitisse virar a cabeça. Ledo engano… aí percebo que estou em pleno feriado e, de súbito, me questiono o que poderia fazer de interessante? Atividade física estava justificadamente descartada… a fome então acaba de me possuir, levando-me a saborear um desjejum nordestino. Sento-me à frete da tv na busca de boas novas. Como de praxe, não encontro nada de útil que me tomasse a atenção, apenas vários relatos infortúnios de manifestações antidemocráticas que começaram a trazer-me mais sintomas e desconfortos extras: cefaleia e náuseas de perplexidade.
Assim sendo, decido assistir a um filme na Netflix em plena 7:00 da manhã. O que parecia improvável, surpreendeu-me: A companhia de seu bisneto Henrique, atento ao filme com a temática sobre a Primeira Guerra Mundial… era morte e sofrimento a cada cena! Cômico, para não dizer trágico, foram tantos tiros de carabina, arremessos de granada e soldados tombando que me trouxeram um sentimento diferente, em pleno feriado de finados, em que relembramos os entes queridos que partiram, por um lado, associado às notícias de grupos armados de intolerantes bradando e conclamando as Forças Armadas para conflitos, agressões e discórdia. Parecia que aquilo que estava passando nos noticiários da vida real nua e cruamente estava também estampado no fatídico filme “Nada de novo no front”. Eis que seu genro acabara de trazer algumas frutas para nós aqui em casa! Foi rapidinho e já saiu.
E agora? Continuo um tanto perdido. A dor no pescoço me perseguindo. Logo, o melhor a fazer é chegar na farmácia mais próxima e, em seguida, sentar na livraria Escariz e tentar buscar as “armas” do conhecimento, os livros, verdadeiros caminhos para a liberdade plena. Começo a procurar algo que acalentasse o aperto em meu coração e suavizasse o ritmo frenético da minha mente. Eis que descubro um tema que está cada dia mais atual e deveras relevante na sociedade, a intolerância, abordada há aproximadamente meio milênio por Voltaire no clássico “Tratado sobre a tolerância”.
Leio o prefácio instigante e dou uma pausa para o cafezinho. Relembro você, mesmo sem te conhecer. Sempre achei isso muito estranho, senti-lo tão próximo e tão conhecido como se estivéssemos acabado de assistir ao filme supracitado ou de conversar sobre filosofia e política. Posso até imaginar o que me diria agora, suas convicções e ideais, com a voz mansa e sotaque ímpar. Estaríamos nos fitando, numa mistura de surpresa e revolta ante a conjuntura política atual, com um suave sorriso da fraternidade que nos une espiritualmente, que transcende parentescos, semelhança física, irmandade maçônica ou similaridade homônima. Não saberia dizer agora o significado desse sentimento avassalador que me comove às lágrimas, entretanto espero o momento do meu desencarno, quando enfim, saberei o porquê dessa senda.
Enquanto isso, vou procurando o sentido da minha existência, olhando para meu passado, reconhecendo minhas fraquezas e, espelhando-me em tantos que deste plano partiram, vou construindo minha história em prol de um futuro mais humano; ou melhor dizendo, mais divino?
Nessa ambiguidade da certeza da morte física, com incerteza da vida eterna, continuo seguindo em frente, preparando meu espírito, pois o corpo inevitavelmente sucumbirá!
Está na hora do almoço!
Mande lembranças a todos que estão agora contigo aí no infinito…
Recebam o meu abraço …
Hernan
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(*) Hernan Centurion, médico e neto de Hernan Crisostomo Centurion.
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